O melhor estava guardado para o fim. Um Portugal de duas caras venceu as Ilhas Faroé por 4-0, em jogo da qualificação para o Europeu de sub-21.
Ok: o adversário não era de monta. Enfrentar uma seleção do nível das Ilhas Faroé, num jogo a uma hora pouco convidativa para os adeptos (17h30 de uma quinta-feira), pode não dar o maior dos alentos.
Mas, convenhamos, a uma seleção que ainda há três anos foi finalista de um Europeu de sub-21 e que tem, na convocatória, jogadores de Sporting, Benfica, FC Porto, Ajax ou Everton exige-se um futebol diferente do apresentado na primeira parte.
O selecionador português fez cinco alterações face ao último jogo (derrota na Grécia, em Novembro).
Saíram Samuel Soares e Chico Conceição (ambos com a seleção A), Henrique Araújo (lesionado), João Marques e Tiago Morais – este último, não foi convocado.
Para os seus lugares entraram João Carvalho, Mateus Fernandes (algarvio), Fábio Silva, Tiago Tomás e Pedro Santos.
É certo que a primeira parte foi de total domínio luso. As Ilhas Faroé chegaram ao intervalo sem qualquer remate e sem qualquer canto. Portugal mandou no jogo, mas sempre num ritmo lento.
Houve oportunidades, mas, diga-se, mais por conta das debilidades das Ilhas Faroé do que por mérito português.
Nos primeiros 15 minutos, por três vezes Petersen ia fazendo auto-golo: em todas as ocasiões valeu a atenção de outro Petersen – o guarda-redes da equipa visitante.
Aos 32m, Fábio Silva também podia ter inaugurado o marcador, mas o remate do avançado do Rangers, que levava a direção da baliza, bateu num defesa e saiu para canto.
E assim chegámos ao intervalo.
Na segunda parte, apesar de não haver alterações, Portugal apareceu com mais vontade. Não é que a exibição passasse de ser de luxo, mas melhorou... e os golos apareceram.
Na primeira oportunidade digna desse nome, os comandados de Rui Jorge chegaram à vantagem.
Tudo começou nos pés de Mateus Fernandes. O médio do Estoril fez um cruzamento rasteiro para Tiago Tomás que assistiu Fábio Silva. Apesar do ângulo reduzido, o ponta de lança rematou bem, cruzado, sem chances para o guarda-redes adversário.
O mais difícil parecia feito e Rui Jorge aproveitou para lançar nomes como Chermiti (estreia) Tiago Santos, Gustavo Sá (estreia) e Carlos Borges.
Ao minuto 71, aconteceu um dos principais momentos do jogo. Vasco Sousa teve de sair de maca, e com um colar cervical, diretamente para a ambulância, após uma entrada duríssima de Ellingsgaard.
Portugal conseguiu ainda chegar ao segundo golo, num grande passe de Mateus Fernandes que isolou Carlos Borges (86m), e ao terceiro, por Chermiti (90+4m), num lance em que ficaram bem patentes as dificuldades das Ilhas Faroé.
O melhor estava mesmo guardado para o fim e o algarvio Mateus Fernandes ainda foi a tempo de também deixar a sua marca no jogo, com um golo aos 90+7m.
A seleção ganhou e chegou aos 15 pontos, liderando o grupo G. A Croácia, próxima adversária de Portugal também no São Luís, em Faro, está em 2º com 13 pontos e menos um jogo.