O presidente da Federação Portuguesa de Futebol, Fernando Gomes, apresentou nesta quinta-feira a Cidade do futebol, que será edificada no Jamor «sem um cêntimo de financiamento público». Para isso, «e para salvaguardar a situação financeira da federação», a sede da entidade vai mudar-se de Lisboa para o Jamor. O projeto tem conclusão prevista para abril de 2016.

Fernando Gomes garantiu que a Cidade do Futebol «será edificada cumprindo todas obrigações tributárias pela FPF». O presidente quis esclarecer que o projeto «foi reconhecido pelo estado como de interesse público» e que «sendo a FPF de utilidade pública, não deve ser confundida com uma entidade pública».

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A mudança da Casa das Seleções, o projeto inicial do antigo líder da FPF, Gilberto Madaíl, de Sintra para o Jamor foi aprovada em 2012. Fernando Gomes lembrou que, tal como tinha anunciado nessa altura, «a FPF previu gastar cerca de 10 milhões de euros» na Cidade do Futebol, embora a passagem da sede para o Jamor e o aparecimento de «estruturas que ninguém sabia existir» no local tem «custos adicionais de três milhões de euros».

Inicialmente, estavam previstos três milhões de euros de financiamento pela UEFA e um milhão pela FIFA. Esse valor aumentou para seis, de acordo com o presidente da FPF.

Outra medida é a mudança da sede do organismo. «Com esta decisão, sairemos do centro de Lisboa, um local com custo substancialmente elevado». A alienação do edifício permitirá à Federação um encaixe financeiro importante e que será aplicado na construção no Jamor.

Entre dinheiro da UEFA, FIFA e venda da sede no Rato, a FPF conta «financiar 85 por cento do projeto». O resto virá de receitas de jogos da Seleção Nacional.

Fernando Gomes revelou números para argumentar a necessidade da construção de um local que concentre os serviços da FPF e um sítio para as equipas nacionais, que gastam um milhão de euros por ano.

«Só em outubro, as seleções disputaram 11 jogos, fizeram 63 sessões de treino, num total de 251 atletas envolvidos. Nos números totais de 2013/14, fizemos 75 dias de estágios, com 663 sessões de treino e 163 jogos», enumerou.

«Nenhum destes dias de trabalho foi vivido em casa própria. Tudo arrendado com deslocação de atletas, médicos e técnicos, com evidentes sacrifícios financeiros», concluiu.

O ministro da Presidência, Luís Marques Guedes, sublinhou também a ausência de financiamento estatal e o facto de o Governo preferir «atribuir às federações gestões dos espaços que são do estado, contratualizando obrigações e deveres».

Marques Guedes argumentou que «o estado não pode, não deve e não tem vocação para gerir sozinho um vasto conjunto de estruturas desportivas» e que, nesse aspeto, as diferentes associações desportivas «respondem de forma mais eficaz».