Ednilson

Um poço de força? É sim senhor. Mas também é muito mais que isso. O jogador que o Boavista perdeu para a Roma sabe ocupar espaços como poucos e isso permite-lhe fazer uso da estampa física, quando se trata de anular iniciativas contrárias, com a mesma clarividência com que assume a partida para o ataque, organiza as movimentações da equipa e arrisca um passe longo. A caminho de se tornar um médio muito completo, Ednilson é mais um jogador para ir vendo semanalmente na televisão e ter de esperar que as selecções joguem para o ter em Portugal... 

Paulo Costa

Notas de optimismo em relação à sua carreira não faltam desde muito cedo. O que ia faltando mesmo era a descolagem em relação à imagem de um jogador com potencial, mas precipitado na hora de atirar à baliza. As marcas do Mundial de sub-20 na Nigéria e do falhanço da época passada em Alvalade, ao serviço do Alverca, teimavam em não se apagar, tanto mais que agora Paulo Costa está em Itália, longe das vistas. O jogo de hoje (sábado) trouxe-nos então um avançado frio nos momentos decisivos e a convicção de que vai no caminho certo. Quanto ao resto - leia-se a capacidade de partir para cima dos adversários a fim de romper no ataque e a de estar quase sempre nos sítios certos - já havia poucas dúvidas. 

Cândido Costa

Não começou bem o jogo. Na primeira parte viu que estava difícil flanquear o jogo pelo seu lado e quis assumir funções mais «centrais», acabando por contribuir para alguma baralhação da equipa. Seja como for, o espírito inconformado do portista ia deixando adivinhar que poderia ter papel decisivo no jogo. E teve mesmo. Na segunda parte encontrou-se, teve melhores companhias e protagonizou muitos momentos de perigo na área estónia, coroando a exibição esforçadíssima com um golo de conclusão fria e certeira a passe de calcanhar de João Paulo que merecia mesmo acabar no fundo da baliza adversária. 

Substituições portuguesas

Nenhum treinador faz substituições por acaso, mas todos sabemos que a mesma intenção raramente produz duas vezes o mesmo resultado, o que faz com que os técnicos, por mais convictos que estejam das suas razões, acabem sempre por cruzar os dedos e ficar a rezar pelo sucesso das mexidas que introduzem nas equipas. Nas alterações que promoveu ao intervalo deste jogo dificilmente Agostinho Oliveira poderia ter sido mais feliz. Miguel alargou a frente de ataque e ajudou a construir o segundo golo. Alhandra, em jeito de lateral, acabou no fim das contas por funcionar como ala esquerdo e deu apoio quanto baste aos rapazes da frente. Os dois juntos ajudaram muito à nova dinâmica da equipa. 

Kisseljov

A Estónia tem executantes cheios de boa vontade mas muito «verdes», o que os coloca num plano claramente inferior ao de selecções como a portuguesa. No que respeita aos guarda-redes, no entanto, o filme parece ser diferente. Tal como sucede com Mart Poom na selecção principal, a equipa de Esperanças tem um guardião cheio de qualidades. Imponente na ocupação da baliza, Kisseljov foi decisivo no retardar da vitória portuguesa, evitando que ela fosse mais esclarecedora.