Uma vitória de sabor amargo sobre a Inglaterra pôs um ponto final na participação portuguesa no Campeonato Europeu sub-21. Portugal venceu os ingleses por 3-1, mas o resultado não foi o suficiente para chegar às meias-finais. Em Basileia, os italianos não ajudaram e empataram frente à Suíça, numa partida que de competitiva teve muito pouco. Não houve contas que nos valessem e o jogo terminou com uma mudança súbita de expressão nos portugueses, que felizes pela vitória ficaram de imediatos desolados ao saber o resultado do outro encontro.

O seleccionador Agostinho Oliveira apostou numa revolução e ganhou a aposta. A equipa jogou bem e com velocidade. Mostrou muito do seu talento e cumpriu a sua missão, que era vencer. Um triunfo merecido, que voltou a mostrar o quanto vale o futebol desta geração.

A formação lusa entrou muito bem no jogo. Praticou um futebol muito rápido. Hugo Viana e Pedro Mendes estiveram excelentes na recuperação e organização de jogo e os flancos avançaram em força e em velozes movimentos atacantes. O golo de Filipe Teixeira é espelho desse trabalho de entreajuda e vontade. Os portugueses mostraram-se tranquilos e trocaram bem a bola.

Ameobi e a velocidade

A entrada de Ameobi trouxe velocidade à equipa inglesa, que equilibrou o jogo. O gigante do Newcastle criou desequilíbrios na defesa portuguesa e, aos 42 minutos, chegou o golo inglês. Ainda assim, os atletas lusos mantiveram a frieza e praticaram o seu futebol.

Na segunda parte, a Inglaterra entrou veloz e forte. Os ingleses demonstraram vontade em mudar o rumo do jogo e partiram para cima dos portugueses. Nos primeiros dez minutos, Portugal parecia surpreendido com a reacção britânica, mas cedo voltou a impor-se.

Os assobios a Makukula

O treinador português refrescou a equipa com as entradas de Paulo Costa e Miguel. Pena foi o comportamento dos adeptos portugueses, que assobiaram Makukula e pediram com insistência a entrada de Hélder Postiga.

Antes da entrada de Miguel, a partida estava a decrescer de ritmo, mas o benfiquista deu alguma «magia» ao meio-campo, com a sua velocidade e talento. A segunda parte foi mais equilibrada e a qualquer momento podia chegar um golo. Miguel fez o passe e Hugo Viana protagonizou uma jogada «daquelas». Tirou o adversário da frente e marcou um tento de belo efeito.

O resultado estava feito e os jogadores tinham a sensação do dever cumprido. O apito final trouxe uma felicidade que logo foi desfeita quando se soube do empate entre italianos e suíços. Muitos dos jogadores não contiveram as lágrimas e o desalento atirou-os para o chão. Apesar de Portugal ter sido afastado, estes miúdos podem sair da Suíça de cabeça bem erguida.