Circulação paciente de bola, acelerações no momento certo, lançamentos em profundidade, golos de estreantes e Ronaldo mais perto do recorde do iraniano Ali Daei.

Num jogo convidativo a experiências e de superioridade avassaladora sobre uma modesta Andorra, não faltou nada disto e só por isso, porque um particular encaixado entre tanta densidade competitiva e dois jogos de capital importância para a Seleção nunca é uma boa ideia, pode dizer-se que valeu a pena.

Na sexta partida da história frente ao Principado, Portugal foi Rei e arrancou a maior vitória da história sobre este frágil adversário, que saiu da Luz vergado a uma pesada derrota por 7-0.

FILME, FICHA DE JOGO E VÍDEOS DOS GOLOS

Com o jogo diante de França (e, claro, o futuro) no horizonte, Fernando Santos apresentou um onze alternativo com os estreantes Domingos Duarte, Pedro Neto e Paulinho. Estes dois últimos formaram, com Francisco Trincão, um trio de ataque made in Braga.

Oito minutos bastaram para Portugal quebrar a fraca resistência andorrana. A seleção visitante apresentou-se na Luz com linhas muito juntas e baixas e uma estratégia clara (e lógica): adiar ao máximo o primeiro golo de Portugal e evitar sair de cena com um vexame.

Mesmo cientes de que rasgos individuais seriam suficientes para desmantelar a estratégia de Andorra, os comandados de Fernando Santos encararam o jogo com seriedade. Com bola – o que aconteceu durante 75 por cento do jogo – circulavam pacientemente, com mudanças de flanco e acelerações nos momentos certos.

Aos 29 minutos, Paulinho estreou-se a marcar com o desvio ao primeiro poste após passe de Nélson Semedo a partir da direita.

Portugal chegou ao intervalo a vencer por 2-0, números aquém da superioridade evidenciada em campo.

Ronaldo e Bernardo Silva foram os primeiros a serem lançados para a segunda parte, logo no regresso dos balneários e o resultado foi crescendo com naturalidade, mesmo com a equipa vocacionada para servir o capitão, que busca chegar-se ao recorde mundial do iraniano Ali Daei.

Portugal alternou alguma ansiedade no último terço com golos, muitos golos, fruto também da maior qualidade dos jogadores que Fernando Santos foi «injetando» em campo. A passe de Ronaldo, Renato Sanches fez o terceiro aos 56 minutos e voltou a marcar mais de quatro anos depois pela Seleção Nacional e Paulinho bisou com um golpe de cabeça à passagem da hora de jogo.

Com muitas novas peças lançadas avulso em campo, e apenas com Anthony Lopes, Nelson Semedo, Rúben Semedo e Domingos Duarte a permanecerem em campo desde o início, o quinto, o sexto e o sétimo golos chegaram no último quarto de hora: um autogolo, o tão desejado picar do ponto de Ronaldo depois de tanto desperdício do avançado da Juventus e Félix a fechar num jogo de sentido único e margem para experiencialismos bem-sucedidos.

Agora, venha de lá essa França!