A questão nasceu na curiosidade de um repórter estrangeiro sobre Bruno Fernandes: o que pode trazer à seleção o médio do Sporting? Ora, Fernando Santos, profundo conhecedor do ex-atleta da Sampdoria, sublinhou as «características distintas» de Bruno e vincou o seu «bom momento» de leão ao peito.

Tudo isto para reforçar a ideia: a seleção tem de contar com atletas de perfis distintos. «O Ronaldo é o melhor jogador do mundo, mas não posso trazer 11 Ronaldos», exemplificou.

«Conheço o Bruno há três anos. Com 18 anos estava em Itália e jogava com regularidade. Sempre jogou. Era o capitão dos sub21, uma pedra influentíssima, e conheço-o muito bem. Apareceu em Portugal num excelente momento e não é igual ao Bernardo [Silva] e ao João [Moutinho]. Tem características próprias.»

Fernando Santos trouxe o nome de Cristiano Ronaldo para a conversa, mas antes já garantira que o capitão não podia «estar mais motivado». «Faz parte das suas características, é um vencedor, não podia ter mais motivação. Mesmo em jogo particulares ele é assim.»

Opções, boas opções, não faltam à Seleção Nacional. Fernando Santos tem disso mesmo consciência e foi convidado a explicar o raciocínio na hora de escolher o onze inicial.  

«Todos temos as nossas opções, baseadas em vários vetores. O que esperamos do jogo, como abordar o adversário… nós já não nos víamos desde a Rússia, tivemos dois dias de trabalho, alguns atletas jogaram no fim-de-semana. É diferente do trabalho feito num clube. Em dois dias é impossível passar tudo e há atletas com maior conhecimento sobre as ideias do treinador. Isso também é relevante.»

Para o selecionador, «a maior arma» e Portugal tem sido «o aspeto mental». Mesmo em partidas teoricamente menos exigentes.

«Nas Ilhas Feroé, por exemplo, quando o adversário tinha mais um ponto do que nós. Tivemos respeito pelo oponente, mas consciências das nossas condições para vencer. E assim foi.»