A vitória de Portugal sobre a Espanha, por números impensáveis antes da partida, foi conseguida devido à conjugação de vários factores. Eis alguns.

1. Ambição. Desde o primeiro minuto, Portugal quis vencer. Entrou consciente da tarefa, mas sem estar paralisado pelo medo, como no tempo de Carlos Queiroz.

2. Um plano. A forma como Portugal conseguiu pressionar, e o sítio onde o fez, foi determinante. Depois saídas rápidas, sempre a colocar problemas à Espanha, hoje em dia pouco habituada a ser incomodada.

3. Os melhores. João Moutinho, Carlos Martins e Hélder Postiga. Os três estiveram entre os melhores da selecção. Nenhum deles foi ao Mundial 2010.

4. Que Ronaldo. O melhor futebolista português jogou a um nível altíssimo e com um grau de empenhamento admirável. Estou a falar do grande golo anulado (como é possível?!), da jogada que originou a festa de Carlos Martins, mas também da entrada a pôr na ordem Busquets, sinal de que estávamos ali para mandar.

5. O orgulho. Em três jogos apenas, Paulo Bento devolveu à selecção o gosto de jogar. Jogos oficiais, particulares, tanto faz. Todos os minutos são aproveitados para fazer brilhar a camisola da selecção. É um orgulho ver actuar estes jogadores, porque eles se comportam de maneira admirável, com e sem bola.

Estes 4-0 vão correr mundo e devolver à selecção portuguesa a credibilidade que tinha perdido. E isso deve-se, muito, ao que Paulo Bento está a fazer. Trabalhando bem, com o objectivo único de servir a selecção e não de se servir do lugar que ocupa. Faz toda a diferença, como os jogadores sabem e o público percebe.