A comparação é ambiciosa mas, na verdade, faz sentido. Nélson foi adversário de Domingos, mais tarde colega de equipa e sempre um admirador. Elogio sincero, instintivo, a sublinhar dois talentos desencontrados no tempo.

«O Domingos não era só tecnicista. Era esguio e levava a bola sempre colada ao pé. Aliás, só o Messi tem a capacidade de conduzir a bola como o Domingos fazia», refere ao Maisfutebol o ex-jogador de Sporting e F.C. Porto, em semana de Clássico em Alvalade.

Quando Domingos era o terror de Alvalade

Bis no pantanal, em 1996

«A bola parecia agarrada à chuteira. O Domingos não era um avançado rápido a sprintar, mas com a bola executava rapidamente. Nada indiciava, pelo menos a mim, que viesse a ser treinador. Era uma pessoa afável, amigo do seu amigo, mas nunca se revelou preponderante na liderança do balneário do F.C. Porto.»

Ljubinko Drulovic mantém uma relação próxima com Domingos e está menos surpreendido do que Nélson. «Curiosamente, estive com o Domingos na manhã do dia em que ele foi apresentado em Alvalade. Ele estava confiante porque tinha um bom trabalho no Sp. Braga por trás. Depois do que fez, só tinha de estar confiante.»

No Brasil, onde é o director desportivo do Porto Alegre, Aloísio Alves segue com indiscreta curiosidade o percurso do amigo. «Não é estranho vê-lo no Sporting. Acredito que muitos portistas o gostassem de ver no F.C. Porto. Talvez um dia ele volte. É um grande treinador e muito profissional.»

Para o Clássico de Alvalade, Aloísio está certo de que o profissionalismo prevalecerá. «É a competência dele que está em jogo e até já defrontou o F.C. Porto outras vezes. Se pudesse marcava agora ao F.C. Porto os golos que já marcou ao Sporting. É um ídolo para muitos portistas, mas tem de cuidar do seu futuro.»

Sporting-F.C. Porto, 0-1 (1993/94)