Gaitán voltou a explicar no domingo ( Paços de Ferreira, 2-0) por que é um jogador nuclear no Benfica e não apenas um jogador importante como alguns do que saíram.

Na minha lista de jogadores nucleares da época passada constavam quatro argentinos: Garay, Enzo, Gaitán e Sálvio. E um brasileiro, Luisão.

Destes, o Benfica até agora perdeu um, o central que assinou pelo Zenit.

Este domingo, frente ao Paços de Ferreira, Gaitán foi decisivo, ao assinar as duas assistências que colocaram Maxi e Sálvio de frente para a baliza, em ótima condição para marcar.

Há três aspetos que tornam Gaitán imperdível, no Benfica atual:

1. É o mais criativo do plantel. Na época passada dividia esse estatuto com Markovic. Para mim um jogador criativo é aquele nos torna incapzes de prever o que vai fazer. Com Gaitán nunca é claro em que zona do terreno aparece e, sobretudo, qual a solução que vai dar à bola. Procurem mais alguém assim na Liga.

2. Além da qualidade que possui, Gaitan vai para a quinta época na Luz. Conhece todas as ideias de Jorge Jesus, mais a reação dos adeptos e a estrutura do clube. Além dos adversários.

3. Acresce que Gaitán melhorou muito, sobretudo na última época, a qualidade sem bola. Agora com 26 anos, percebeu a importância de oferecer trabalho quando é o adversário a tentar atacar.

Por tudo isto, Gaitán é um jogador que o Benfica não pode perder.

Na minha lista de jogadores nuclares não consta o nome de Maxi Pereira. É difícil dar esse estatuto a um lateral, a não ser que ele se chame Lahm. Mas o uruguaio tem qualidades que podem ser fundamentais neste momento que o Benfica atravessa. É sem dúvida um líder e um exemplo no balneário e empresta à equipa uma energia que no arranque da temporada pode fazer a diferença. Frente ao Paços de Ferreira foi um dos melhores. O futuro dir-nos-á a exata importância daquele golo e da alma de Maxi.

NOTA 1: com apenas cinco dias de trabalho, Leonardo Jardim chamou Bernardo Silva e deu-lhe minutos. Catorze, para ser mais preciso. Na Liga portuguesa jogou até agora nove minutos, num FC Porto-Benfica que não entrou na história. Nunca conseguirei perceber isto.

NOTA 2: muito interessante a sugestão de Jesus sobre Pizzi. Fazer do português um número 8 seria fantástico para o Benfica e para a seleção nacional. Nunca tinha pensado nessa hipótese, mas é também por isso que Jesus se senta no banco da Luz. Refletindo sobre as qualidades de Pizzi, acredito que poderá funcionar desde que melhore as noções defensivas e aprenda a dosear o esforço. Um extremo está habituado a uma intensidade muito diferente de um médio, utiliza o corpo de uma forma completamente distinta e pode desgastar-se muito depressa no meio do terreno.