Os trabalhadores de handling, da empresa Groundforce, que asseguram serviço nos aeroportos nacionais marcaram uma paragem de dois dias, para este fim-de-semana. «Esperamos uma adesão de cerca de 80 por cento», afirmou ao PortugalDiário André Teives, do Sindicato dos Trabalhadores de Handling de Aeroportos (STHA).

Para o sindicalista os efeitos «vão ser monstruosos» e explica que, por exemplo, «se o aeroporto de Lisboa já é uma confusão em Agosto, com todos os funcionários a trabalhar, imagine como será num cenário de greve».

A paragem vai afectar os aeroportos de Lisboa, Porto, Faro, Funchal e Porto Santo. Começa este sábado às 00:00 e termijna domingo às 24:00.

E porquê Agosto? «Entendemos que a greve só poderia ser nesta altura, porque irá de facto afectar os serviços. Se fosse em Janeiro, quando o aeroporto está quase parado, ninguém daria por nada. Além disso, o país também está a receber durante seis meses a presidência da União Europeia».

Os motivos para a greve «são muitos», explica André Teivas. «Os horários não cumprem o descanso mínimo exigido por lei. Os salários são baixos. Somos sempre responsabilizados pelo mau serviço dos aeroportos e temos um problema com a contratação de trabalhadores temporários», acusa.

«O nosso trabalho não é só transportar bagagens. É todo o serviço relacionado com os passageiros desde que chegam ao aeroporto, até entrarem no avião», defende. «Fazemos o chek in, encaminhamos os passageiros, transportamos os passageiros, carregamos os aviões», acrescenta. Ou seja, «é um trabalho com muita responsabilidade e um lado muito técnico. Que toca mesmo a segurança dos aviões. Se um aparelho for muito carregado, até pode levantar voo, mas será que aterra?».

«Pessoas vão estar no local de trabalho»

André Teivas garantiu ainda ao PortugalDiário que a maioria dos trabalhadores vai estar presente no local de trabalho durante a greve, porque «não querem ficar em casa, nem ir para a praia».

Para quem tem viajem marcada para este fim-de-semana André Teivas deixa alguns conselhos: «Tentem viajar hoje ou então na próxima semana, segunda ou terça-feira. Só deve arriscar ir para o aeroporto quem tem mesmo uma necessidade impreterível e isso não incluiu quem vai de férias».

Apenas os serviços mínimos vão ser garantidos pelos funcionários e incluem quatro voos para as ilhas. Na greve deste fim-de-semana todos os voos vão ser afectados, seja qual for a companhia ou o destino.

Apesar de André Teivas reconhecer que ouve avanços positivos na atitude da ANA, perante os problemas e condicionamentos dos aeroportos nacionais, este garante que as «responsabilidades são tripartidas e até agora a TAP não falou». Para mostrar como os funcionários são acusados do mau serviço o sindicalista conta que «chegam a cuspir, literalmente, na cara dos funcionários», quando há problemas.

Já estão marcadas novas paralisações para dia 31 de Agosto e dias 1 e 2 de Setembro.