A adesão à greve dos trabalhadores da Valorsul atingiu os 100 por cento, disse hoje à agência Lusa David Costa, do Sindicato dos Trabalhadores da Química, farmacêutica, Petróleo e Gás do Centro, Sul e Ilhas (SINQUIFA).

O administrador da Valorsul responsável pelos Recursos Humanos, João Figueiredo, admitiu à agência Lusa que as instalações de São João da Talha estão completamente paradas, mas garantiu que no aterro sanitário de Mato da Cruz (concelho de Vila Franca) a greve «não é significativa».

João Figueiredo acusou ainda os trabalhadores na incineradora de São João da Talha de não estarem «a respeitar os serviços mínimos».

Em causa nesta greve estão reivindicações salariais e a contestação à redução do período de descanso entre turnos.

Os trabalhadores contestam o aumento salarial de dois por cento oferecido pela administração da empresa, face aos 3,7 por cento pedidos pelos trabalhadores, além da alegada intenção da empresa em reduzir o tempo de descanso entre turnos de 12 para oito horas, como forma de combater o trabalho suplementar.

João Figueiredo referiu que o trabalho suplementar é um dos pontos-chave da paralisação, sublinhando que o montante despendido pela empresa no pagamento de trabalho suplementar atinge os 1,2 milhões de euros por ano.

O administrador considerou que se trata de um montante que é gasto desnecessariamente e que só abrange 30 por cento dos cerca de 260 trabalhadores da empresa.

Esta paralisação, decretada por tempo indeterminado, sucede a uma outra de três dias realizada em Setembro que impediu a recolha de lixo em alguns concelhos, nomeadamente Lisboa, Loures e Odivelas.

A Valorsul é a empresa responsável pela recolha e tratamento de lixos dos concelhos Lisboa, Amadora, Loures, Odivelas e Vila Franca de Xira.