Mais de uma centena de agricultores concentraram-se esta terça-feira de manhã no Poceirão, concelho de Palmela, para uma marcha lenta até ao Governo Civil de Setúbal, em protesto encontra o aumento dos combustíveis e dos custos de produção, noticia a agência Lusa.

Segundo João Vieira, da Confederação Nacional de Agricultura (CNA), os agricultores não conseguem suportar o aumento dos combustíveis e dos custos de produção que, disse, duplicaram ou triplicaram nos últimos meses.

«Os adubos e os fitofármacos estão cada vez mais caros e os aumentos dos produtos agrícolas para o consumidor não reflectem qualquer melhoria para os agricultores. São devidos à especulação da indústria agro-alimentar e dos grandes distribuidores», acrescentou João Vieira.

De acordo com o representante da CNA, o subsídio do gasóleo mantém nos 37 cêntimos por litro há vários anos, apesar dos sucessivos aumentos dos combustíveis.

Por outro lado - acrescentou - os agricultores também não determinam o preço dos produtos agrícolas, que são muitas vezes impostos pelas cadeias de distribuição.

Ao contrário do quem tem sido habitual em anteriores manifestações, desta vez os agricultores do Poceirão não foram autorizados a levar os tractores para o centro de Setúbal, por decisão do Governo Civil, comunicada segunda-feira, disse à Lusa José Silvério, presidente da Junta de Freguesia do Poceirão.

Para alem do protesto contra o aumento dos custos de produção e do gasóleo, os agricultores do Poceirão contestam também o facto de lhes ter sido retirado o estatuto de freguesia rural, o que não lhes permite beneficiar de alguns apoios ao desenvolvimento rural.