Um mail do jovem empresário do Porto Alto (Benavente) Silvino Lopes, 32 anos, espoletou o movimento de transportadores de mercadorias que quarta-feira decidiu, no Carregado, avançar com uma paralisação do sector na próxima segunda-feira.

«Quando li que da reunião da ANTRAM de 28 de Maio não tinha saído qualquer decisão e que tinha sido convocada nova reunião para 07 de Junho deu-me uma volta ao estômago, até porque os espanhóis iniciaram a sua paralisação na sexta-feira», disse Silvino Lopes à agência Lusa.

Camionistas protestam com buzinão

Marcha lenta: gigantesco engarrafamento

Insatisfeito com o adiamento de uma decisão que no seu entender tarda, Silvino Lopes decidiu enviar um mail a todos os contactos que foi juntando ao longo de mais de duas décadas de trabalho no sector.

«No mail que enviei dia 29 dizia não compreender porquê tão tarde, porquê uma reunião num dia em que os espanhóis já estão paralisados e em que Portugal joga no Europeu e questionei se alguém me acompanhava numa acção», afirmou, confessando não esperar a quantidade de respostas que recebeu.

Frisando a importância do sector para a economia nacional, dado o forte impacto do custo do transporte no preço final dos produtos, Silvino Lopes entende que é altura do Governo adoptar medidas de discriminação positiva que minimizem o aumento do custo dos factores de produção, em particular dos combustíveis.

Segundo disse, o grupo de cerca de 70 transportadores que se reuniu quarta-feira no Carregado vai estar na reunião que a Associação Nacional de Transportadores Público Rodoviários de Mercadorias (ANTRAM) marcou, para hoje, na Batalha, «sem fazer barulho», mas para defender uma tomada de posição maciça na segunda-feira.

A ideia, afirmou, não é bloquear estradas nem criar dificuldades com marchas lentas, mas sim deixar os camiões nos parques. Contudo, advertiu, se este sábado, todos concordarem com a paralisação, mas depois alguns decidirem não aderir, terá de haver «uma tomada de posição».

«A paralisação só faz sentido se for geral», afirmou, recordando que, com a greve dos transportadores espanhóis, os camionistas portugueses ficam confinados a circular em território nacional.