O dito louvor pretendia distinguir os “relevantes” serviços do subcomissário Filipe Silva prestados primeiro em Braga e depois no comando da Esquadra de Investigação Criminal de Guimarães.
“Na semana passada, o louvor estava em cima da mesa do comandante distrital. Mas, perante o que aconteceu em Guimarães, e até que a situação esteja esclarecida, o louvor já não será entregue”
O subintendente Rui Matos, oficial de operações do Comando Distrital de Braga, disse à Lusa que Filipe Silva “é um excelente profissional”.
No domingo, no final do jogo de futebol para a Superliga entre o Vitória de Guimarães e o Benfica, o subcomissário Filipe Silva foi filmado a agredir à bastonada José Magalhães, adepto do clube da Luz, na presença dos seus dois filhos menores. O pai de José Magalhães também foi agredido, a murro.
Processo disciplinar parado
A PSP instaurou um processo disciplinar ao polícia, mas encontra-se parado até à conclusão do inquérito a decorrer na Inspeção-Geral da Administração Interna. Isto porque são procedimentos idênticos, segundo aquela força de segurança.
O porta-voz da direção nacional da PSP, subintendente Paulo Flor, deu conta disso mesmo à agência Lusa: o processo está “sustado até ser finalizado” o inquérito a decorrer na IGAI, que tem um prazo de 30 dias para a sua conclusão. “Não faz sentido” estarem a decorrer dois processos de natureza disciplinar, sustentou.
Segundo a direção nacional da PSP, o subcomissário, comandante da esquadra de investigação criminal de Guimarães, está ao serviço, não existindo suspensão de funções determinada pela PSP nesta fase.
O subcomissário arrisca ser expulso da PSP. Filipe Silva terá infringido normas sobre o uso de força. O vídeo mostra comandante a usar bastão de aço
No auto de notícia, o subcomissário escreveu que José Magalhães lhe deu uma cuspidela, o ameaçou e o injuriou.
O acusado já negou tudo, mas foi constituído arguido. José Magalhães e o pai também apresentaram queixa contra o subcomissário.
Para além do processo disciplinar, o polícia enfrenta um processo criminal, uma vez que o Ministério Público já abriu um inquérito, estando a investigar quer os crimes de que José Magalhães está indiciado, quer o alegado crime de abuso de poder por parte do subcomissário.
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