Os sindicatos dos professores elogiaram esta terça-feira a sugestão do dirigente socialista António Vitorino para que o Governo adopte um modelo experimental de avaliação dos professores, como forma de resolver o impasse entre docentes e o Ministério da Educação, informa a Lusa.

No seu programa de comentário político «Notas Soltas» na RTP, António Vitorino disse segunda-feira que o Governo deve aceitar que a aplicação do novo modelo de avaliação seja «aferida» ao longo do tempo e não concretizado «instantaneamente».

Mário Nogueira, da Federação Nacional dos Professores (Fenprof), disse que se trata de uma proposta «razoável» e «ponderada» que vai ao encontro do que a Federação tem dito.

«Trata-se de uma proposta de quem sabe e percebe que há coisas que tem de ser graduais, num processo complexo», como o da avaliação, comentou Mário Nogueira.

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João Dias da Silva, da Federação Nacional da Educação (FNE), considerou a sugestão «sensata».

«É uma posição sensata e é contraditória em relação à imposição do Governo em aplicar o modelo de avaliação apressadamente», quando ele precisa de correcções, referiu o dirigente da FNE.

Contactada pela Lusa, fonte do Ministério da Educação disse não haver reacção de momento à proposta de António Vitorino.

De acordo com Mário Nogueira, a entrada em vigor de um modelo de avaliação sem que seja experimentado e corrigido para ser melhorado seria uma posição «aventureira» e «irresponsável».

Na opinião deste sindicalista, o Governo devia ouvir as posições do próprio partido e «perceber que não são só as oposições» que contestam a forma como o Ministério da Educação quer aplicar o modelo de avaliação.

Também João Dias da Silva, da FNE, considera que a «ideia de fazer a avaliação de forma experimental e simplificada pode ajudar a definir os aspectos negativos e a corrigi-los».

«Há um conjunto de aspectos que devem ser simplificados» e tal só poderá acontecer quando se começar a testar o modelo de avaliação, adiantou.