O árbitro Pedro Proença, que liderou uma equipa portuguesa nas recentes finais da Liga dos Campeões e do Euro2012, reconheceu pertencer a uma geração «massacrada pelo Apito Dourado».
«Pertenço a uma geração de árbitros que, num curto espaço de tempo, foi muito massacrada pelo processo Apito Dourado. Foi em 2004, o tempo passa, mas as marcas ficam», afirmou em entrevista à SIC.
«Se calhar, somos dos poucos culpados e, se calhar, as pessoas que eventualmente teriam de pagar pelos seus erros nunca pagaram», disse.
Proença congratulou-se com o facto de os árbitros lusos terem entretanto conseguido «limpar a imagem» e «singrar o seu nome» junto das «instâncias internacionais», como «duas finais únicas, num espaço de dois meses».
O árbitro, internacional desde 2003, relativizou a animosidade contra si por parte dos adeptos do Benfica, admitindo que «quanto mais tempo for árbitro, menos as pessoas vão gostar» de si, uma vez que considera que os juízes são «o elo mais fraco» numa indústria do futebol que movimenta milhões de euros.
«Os erros que cometemos lá fora, talvez por nacionalismo bacoco, muitas vezes não são tão ampliados. Em termos nacionais, procuram-se respostas para os insucessos e incompetências na gestão dos próprios clubes através dos erros da arbitragem», continuou.