Primeiro passo cambaleante. Entrada fora de tempo, absolutamente falhada. Derrota justa e severa do Sp. Braga na Liga Europa. O Elfsborg foi melhor, teve mais pernas, mais organização e regressa à Suécia com um confortável 1-2 no bolso.
O desfecho capitaliza uma perda sem antecedentes recentes. Os minhotos há muito não se viam tão perto de sair precocemente das competições europeias como agora. Este Braga está atrasado em todos os capítulos de jogo. Falta-lhe coerência, harmonia, veneno e criatividade.
Em rigor, o Sp. Braga jogou mal de princípio ao fim. Entrou titubeante, sofreu um golo num pontapé fabuloso, mostrou coração até empatar e voltou a cair com mais um remate estupendo. O mais grave é que os minhotos raramente incomodaram a baliza nórdica. E pareceram sempre à mercê do contra-ataque castigador do Elfsborg.
Um Sp. Braga à imagem de... Quique
Ao golo sofrido aos 16 minutos - magnífico, o tiro de Danielsson, como referimos -, o Sp. Braga reagiu com apatia. Muitas trocas de bolas laterais, incapacidade confrangedora de alimentar os dois homens da frente.
Meyong e Paulo César pagaram caro o estranho sistema montado por Domingos. Se nos é permitida a comparação, a estrutura do Sp. Braga assemelhou-se ao Benfica da era-Quique Flores. Dois médios-centro pouco móveis, sem capacidade para transportar o jogo, dois atacantes perdidos num mundo de debilidades e dois extremos intermitentes.
Visto isto, não surpreende que só de grande penalidade o Sp. Braga tenha empatado. Nesse instante, pensou-se que os minhotos iriam embalar para a reviravolta. Pura ilusão, puro engano. A equipa teve um curto período positivo, mas baixou novamente de forma abrupta a qualidade de jogo.
Em risco de ruína
Passes errados, alma pueril, mecanismos enferrujados e tremendamente ineficazes. O segundo golo do Elfsborg, a 17 minutos do fim, confere um ar ainda mais draconiano ao resultado. Mas as conclusões seriam sempre preocupantes, mesmo com o empate, tal a pobreza patenteada pelo conjunto português.
Uma palavra final para o Elfsborg. Lidera a liga sueca, tem jogadores muito experientes, fisicamente está num estado muito mais avançado e sabe bem o que quer em campo. Estes suecos podem ter muitos louros, mas não vislumbrámos um único tosco.
Dia 8 de Agosto, o Sp. Braga tem de ser muito melhor. Terminamos como começámos. Este primeiro passo em 2009/10 foi dado a cambalear. A equipa está em risco de ruir na Europa.
FICHA DE JOGO:
Estádio Axa, em Braga, 10.110 espectadores
Árbitro: Cesar Fernandez (Espanha)
SP. BRAGA: Eduardo; Frechaut, Paulão, Rodríguez e Evaldo; Alan, Fernando Alexandre (Yazalde,75), Vandinho e Matheus (Diogo Valente, 55); Meyong e Paulo César (Márcio Mossoró, 61).
Suplentes não utilizados: Kieszek, Kalaba, Possebon e Ney.
Treinador: Domingos Paciência

ELFSBORG: Ante Covic; Daniel Mobaeck, Martin Andersson, Teddy Lucic e Johan Karlsson; Stefan Ishizaki (Joel Johansson, 84), Helgi Danielsson, Anders Svensson (Denni Avdic, 58) e Emir Bajrami; Daniel Nordmark (Anders Wikstrom, 68); James Keene.
Suplentes não utilizados: Andreas Andersson, Jesper Floren, Niclas Hult e Beriar Mohammed.
Treinador: Magnus Haglund
Cartões amarelos: Nordmark (19), Svennson (22), Matheus (47) e Frechaut (87)
Golos: Danielsson (16), Meyong (50, g.p.) e Bajrami (73)