O Sp. Braga voltou a falhar. Ponto final. Tal como há sensivelmente um ano, a equipa reunia todas as condições para com um bocadinho de engenho garantir o apuramento que seria histórico para a fase de grupos da Taça UEFA, mas deixou-se cair no último degrau de uma subida que seria natural na directa proporção do crescimento do clube.
O que mudou então no espaço de um ano? No essencial nada, a cidade continua fora da rota europeia e esse é um registo que nenhuma conquista moral consegue consolar. No acessório mudou alguma coisa. Desta vez pelo menos a equipa não caiu tão redonda como há um ano, incapaz de ultrapassar as próprias fraquezas de espírito.
Frente ao Hearts, na época passada, uma equipa francamente inferior, os bracarenses foram derrubados pela própria incapacidade, frente ao Estrela Vermelha, esta época, uma equipa bem mais tarimbada, os bracarenses foram derrubados por uma matreirice enorme de um adversário habituado a estas andanças e por uma infelicidade cruel.
A formação de Jesualdo Ferreira assumiu-se desde o início como candidata natural a seguir em frente, puxou dos galões que se lhe exigiam e tratou de mandar no jogo do início ao fim. Com um coração enorme, capaz de aguentar o cinismo de um adversário que defendia com onze e terminou o jogo a atacar apenas com dois, os bracarenses atiraram-se com todas as forças à procura do golo e criaram situações suficientes para sair do jogo com uma goleada sobre o Estrela Vermelha. Um guarda-redes enorme, que impediu cinco ou seis golos certos, e um infortúnio ainda maior ditaram a eliminação da equipa. Sintomático desta atitude foi a resposta dada ao golo adversário.
Nos dez minutos que se seguiram o Sp. Braga criou quatro oportunidades de golo, todas elas defendidas por Stojkovic. Jesualdo Ferreira deitou mais achas com a entrada madrugadora de Rossato, alimentou a fogueira já na segunda parte com a colocação em campo de Jaime e Paulo Jorge (este na posição de ponta-de-lança) abdicando de um lateral e de um médio defensivo, enfim, fez tudo para dar a curva no destino. A equipa respondeu com um futebol pouco pensado, mas muito sentido. As oportunidades sucediam-se. Jaime pulverizou a esperança a quatro minutos do fim, o estádio encheu-se de coragem, mas a sorte, decididamente, não quis nada com o Braga. Fim da história.