A FIGURA: Pio

O melhor gilista, de longe, do princípio ao fim. Teve duas oportunidades de golo nos primeiros dez minutos, mas na primeira permitiu a defesa do guarda-redes e na segunda rematou contra o corpo de Elderson. Não se deixou abater e partiu para uma atuação muito feliz, entre a zona central e a direita do meio-campo. Possui um remate fortíssimo, mas só por uma vez fez uso dele: enviou a bola ao poste, aos 49 minutos. Logo depois, assistiu Yero com classe para o golo dos homens de Barcelos. Muito futebol num corpo pequeno.

O MOMENTO: grande penalidade sobre Zé Luís (minuto 63)

O Sp. Braga tentava corrigir o mal criado por culpa própria. O Gil defendia como podia. Imediatamente antes, Rúben Micael ficou a pedir grande penalidade. O árbitro decidiu bem e nada assinalou. Deu o amarelo ao madeirense. Provavelmente influenciado pelos protestos, errou no minuto seguinte. Não há qualquer falta de Halisson sobre Zé Luís na área. O lance foi decisivo para o resultado final.

O NEGATIVO: facilitar para quê?

Devagar ou parado, parado ou devagar. Até ao golo do Gil Vicente, o Sp. Braga foi uma desilusão. Acordou a tempo.

OUTROS DESTAQUES

Zé Luís

Vertical nas movimentações, possante nos duelos individuais, intenso na zona de finalização e folclórico nos festejos. Marcou pela primeira vez com a camisola do Sp. Braga e, nem de propósito, à equipa que o projetou no futebol nacional. O passe de Márcio Mossoró é fenomenal, a desmarcação do menino cabo-verdiano (21 anos) é perfeita e a finalização superior. Zé Luís contornou Adriano, caiu para a direita e, quase sem ângulo, atirou para a baliza deserta. Éder tem aqui uma alternativa muito interessante a desabrochar.

Márcio Mossoró

Titular pela terceira vez na Liga. Apenas pela terceira vez. O talento que tem justifica, talvez, mais qualquer coisa. O melhor exemplo é o passe delicioso para o golo de Zé Luís. Num ritmo inferior ao do costume, Mossoró pediu a bola, distribuiu-a com propósito e reclamou mais minutos no futuro imediato. Está a precisar de mais minutos nas pernas, claramente, mas José Peseiro tirou-o do jogo aos 54 minutos. Demasiado cedo.

Yero

É um ponta-de-lança de atributos muito específicos. Não lhe peçam movimentações ambiciosas, dribles impossíveis ou uma grande participação no jogo da equipa. Yero é alto, forte, joga bem de costas para os centrais e, naturalmente, coloca problemas na área contrária. Tem evoluído tecnicamente e o golo marcado é a prova disso mesmo. Tem muito para melhorar.

Rúben Micael

Despertou o futebol do Sp. Braga na última meia-hora. Orquestrou a organização, assumiu a responsabilidade de ir à procura do segundo golo, foi quezilento e ambicioso. Teve esse grande mérito de resgatar a equipa de uma apatia injustificável.