O Sp. Braga (2-1) começou a Liga 2006/07 a vencer, frente a um P. Ferreira que, como vem sendo hábito, não foi um visitante passivo. A expulsão de Elias, no início da etapa complementar, inclinou o campo em direcção à baliza de Peçanha e, apesar do susto provocado por Ronny, a formação arsenalista conseguiu confirmar a vitória ao cair do pano. Nervosismo de parte a parte, sobretudo entre os locais, numa partida em que a crescente rivalidade entre estes dois emblemas ficou bem patente. Carlos Carvalhal começa o seu percurso em Braga com três pontos na bagagem e o título é, definitivamente, um objectivo assumido no balneário.
O Sporting de Braga entrou melhor na partida, com um futebol acutilante, veloz na transição defesa-ataque, mas cedo percebeu que teria de fechar bem a porta, porque do outro lado estava uma equipa com enorme poder de resposta. A velocidade dos três avançados do Paços de Ferreira obrigou a equipa da casa a adoptar crescentes cautelas, facto que motivou uma quebra no ritmo de jogo.
Com muito público nas bancadas, ansiosos por ver o Sp. Braga de Carlos Carvalhal em acção, a etapa complementar teve emoção, apesar da escassez de oportunidades de golo. Em lances de bola parada, os dois guarda-redes ainda foram obrigados a suar, mas tudo o mais perdeu-se no desacerto mútuo no último terço do terreno. No sector intermediário, decorreu uma luta titânica de que nenhuma equipas acabou por sair vencedores. Com tácticas similares, o encaixe hermético tolheu movimentos e fez com que o nulo perdurasse até à etapa complementar.
No bloco de notas, registo para os cinco cartões amarelos e um par de lances de verdadeiro perigo. A certa altura, Elmano Santos decidiu ir ao bolso e, em treze minutos, colocou uma mão cheia de jogadores em risco no capítulo disciplinar. Não havendo uma rivalidade latente, os embates entre Sporting de Braga e Paços de Ferreira costumam reservar emoções fortes. Na época passada, por exemplo, a formação visitante venceu na cidade dos Arcebispos (2-3).
Tanto amarelo¿deu em vermelho
Pairava no ar a ameaça, e os adeptos precisaram de esperar apenas nove minutos, na etapa complementar, para assistir à primeira acumulação de cartolinas. Fazendo um paralelo com as cores das camisolas, é justo dizer que tanto amarelo¿deu em vermelho. Elias foi o infeliz contemplado, após uma falta sobre Wender. À passagem do 54º minuto, o Sp. Braga ficava em superioridade numérica. Abria, definitivamente, a época de caça aos castores.
José Mota procurou fechar o arrombo, trocando um avançado (Cristiano) por um médio (Pedrinha). Na prática, o Paços de Ferreira continuou a defender com sete unidades, mais guarda-redes, entregando aos velozes Edson e Didi as despesas ofensivas. Na dança de substituições, assistiu-se a um duelo interessante. Carlos Carvalhal lançou Cesinha e o extremo foi preponderante no golo de Zé Carlos. O treinador do P. Ferreira respondeu com Ronny e o avançado brasileiro, segundos depois de entrar, disparou de pé esquerdo para o fundo da baliza de Paulo Santos.
Pânico em Braga, com a ameaça de um arranque aos soluços, que perdurou até ao tempo de compensação. Quando poucos o esperavam, Geraldo, um dos melhores jogadores em campo até então, desviou a bola para o fundo da própria baliza. Pressionado por João Pinto, após canto na direita, o central pacense acabou por deitar por terra as aspirações da sua equipa. Uma infelicidade a entregar numa bandeja de prata a vitória à equipa da casa.