Tão natural como a sede de um candidato. O Sp. Braga venceu a U. Leiria, lanterna vermelha da prova, com a simplicidade que a diferença na tabela fazia antever e com uma exibição que foi apenas suficiente. A vitória ameaçou ser mais robusta, sobretudo na primeira parte, mas este 2-1 final diz bem o que foi o jogo. O público da casa viu, também, a sua equipa engordar o recorde de vitórias seguidas, chegando à 11ª. Para já, este Braga, mesmo em noites menos pujantes, continua movido a duracell: dura, dura, dura...

O resultado não surpreende. Foi um final previsível por caminhos sinuosos. Alias, estranho seria se o Sp. Braga não conseguisse bater em casa uma das equipas mais débeis do campeonato e que, para além do último lugar, vive um momento muito delicado, que só o brio de jogadores e equipa técnica vai evitando que seja pior. Ainda assim, esta U. Leiria chegou ao Municipal bracarense como uma das duas equipas que tinha ganho ao Braga este ano. A outra foi...o líder Porto.

Mas este Braga já não é a equipa de extremos do início da época, que, recorde-se, chegou a ser assobiada pelos próprios adeptos. Leonardo Jardim precisou de tempo para colocar o motor da equipa a carburar, numa fase onde as muitas lesões não ajudaram nada. Agora, mesmo que as baixas ainda existam, ninguém pode negar que a nau bracarense está em velocidade de cruzeiro. E um ou outro safanão, como esta noite, não mudam grande coisa.

Os destaques do encontro

A verdade é que o Braga ficou a dever a si mesmo um resultado mais robusto ao intervalo. E, já agora, a Oblak, que continua a mostrar serviço porque, na prática, tem de o fazer para evitar males maiores. Um nome a seguir.

Resistindo à madrugadora lesão de Rúben Amorim, os bracarenses adiantaram-se por Douglão num golo fácil, fácil. Livre de Hugo Viana, desvio de Elderson ao segundo poste e toque final do central brasileiro.

Mesmo com cinco homens (Marco Soares só subiu após o golo inaugural), a defesa leiriense mostrava-se tenrinha. Muitas hesitações, passes mal calculados e uma permeabilidade que só não se percebia como não dava outros frutos.

Oblak decidiu que a noite não era para chapéus e devolveu as ofertas de Mossoró e Lima. Hugo Viana, em duas bombas de fora da área, atirou perto, mas não no alvo. Ukra rematou por cima em boa posição. Pelo meio algumas correrias leirienses sem grande efeito prático e uma mancha no encontro: o golo anulado a Bruno Moraes.

As repetições televisivas permitem apurar que o brasileiro estava em linha no lance que seria do empate. Errou o assistente de Carlos Xistra. E, com isso, fez o jogo seguir o seu curso natural.

FICHA DE JOGO

Lima tratou de dar um volume maior ao resultado, no reatamento, aproveitando um erro monumental de Shaffer, de imediato substituído, e o jogo parecia ganho, a 40 minutos do final. Até porque a saída do argentino gerou alguma tensão. Mas não passou para a equipa que, com Niklas Barkoth, ganhou mais profundidade ofensiva e até marcou.

Lance de contrastes. Centro de letra do sueco, que parecia largo de mais, mas saiu com a precisão certa porque a abordagem de Quim foi terrível. Bruno Moraes só teve de encostar. Com o golo, o Sp. Braga tremeu como não parecia possível. Houve até impaciência nas bancadas perante alguns erros individuais.

Jardim lançou Djamal para unir a equipa e o remendo colou. A insegurança do resultado não fez descansar o público bracarense, mas a vitória não escaparia. Sem o brilho de outras conquistas mas com o mesmo resultado prático: três pontos.