Figura

Rusescu: O triunfo bracarense no dérbi do Minho escreveu-se com sotaque romeno. Romeno de Rusescu. O avançado está a deixar de lado a timidez inicial para começar a justificar a aposta do Sp. Braga. Estreou-se a marcar evidenciando a veia goleadora que o levou da Roménia até Sevilha. Movimentou-se sempre com um grande sentido de oportunidade na frente de ataque do Sp. Braga. Não se fez rogado quando apanhou o esférico em condições de remate. Logo aos 18 minutos pôs as mãos de Douglas a arder com um remate traiçoeiro de fora da área. Confirmou o triunfo bracarense com dois golos no segundo tempo. Primeiro a passe de Alan, depois a passe de Rafa. A festa foi tremenda, o romeno queria mesmo marcar. Saiu já perto do final debaixo de uma grande ovação.

O Momento

Segundo golo de Rusescu (minuto 71’): Rafa, que mais haveria de ser, desembrulhou e deu o presente a Rusescu. Momento futebolístico de fino recorte. O passe açucarado de Rafa, de trivela, consta dos manuais mais refinados do trato do esférico. Nas medidas certas a bola caiu redondinha na cabeça de Rusescu e até pareceu fácil, mas a movimentação do número nove do Sp. Braga foi à ponta de lança. Quando se conjugam dois gestos técnicos desta envergadura o momento só pode ser de magia.

Desilusão

Tomané: Ganhou o terreno a Maazou, a meias com a lesão do nigerino, e assumia-se a referência ofensiva dos vimaranenses, mas tremeu perante o rival do Minho. Foi preza fácil para a dupla de centrais arsenalistas, conferindo pouca profundidade e poder de explosão ao V.Guimarães. Viu a cartolina amarela minutos antes do intervalo ao tentar ganhar um falta. Acabou por ser substituído no período de descanso.

Outros destaques:

Rafa:
Tem aproveitado, e de que maneira, a indisponibilidade de Rúben Micael para conquistar o seu espaço no miolo. Voltou a dar um pontapé na tática para fazer fluir o charme selvagem dos seus pés. Avisou Douglas ao minuto vinte esbarrando a bola no corpo do guardião quando apareceu isolado. Depois arquitetou dois golos para entregar de bandeja Pardo. Falhou à primeira, inaugurou o marcador na segunda tentativa o colombiano. Grande parte da fatia do golo cabe, no entanto, ao pequeno génio do Sp. Braga. Enquanto vai brilhando no miolo vai também trazendo dores de cabeça a Jesualdo Ferreira para o encaixar no corredor central com Micael.

André André:
Mais um jogo recheado de operacionalidade do franzino médio do Vitória. Ganhou quase todos os duelos individuais no meio campo, mesmo o V.Guimarães tendo perdido a batalha nesta zona nevrálgica do terreno. Foi o único de quando em vez se conseguiu desfazer das amarras com os vimaranenses se apresentaram na pedreira.

Alan:

A idade faz-se notar, mas não pesa. Tão antagónico como real. O fulgor não é o mesmo de outros tempos, mas o toque de bola continua a ser o mesmo. Cada bola que sai dos seus pés continua a ser sinónimo de perigo nas defesas contrárias. Que o diga o V.Guimarães que viu o capitão dos «Guerreiros» dar o segundo golo arsenalista a Rusescu com uma simplicidade só ao alcance dos grandes jogadores.

Tiago Rodrigues:

Esteve poucos minutos em campo, foi mesmo a última aposta de Rui Vitória mas ainda assim foi a tempo de ser um dos mais esclarecidos da turma do V.Guimarães. No quarto de hora que esteve em campo conseguiu fazer tantos remates à baliza de Eduardo como a equipa toda do V.Guimarães. Sintomático das dificuldades sentidas pela turma vimaranense na pedreira.