É uma das imagens gravadas no imaginário dos fanáticos por futebol. Braços abertos, corrida curtinha, cara virada para o céu e um sorriso de orelha a orelha, contagiante e sincero. Riva habituou-se a festejar desta forma os golos que marcou, primeiro pelo Paços de Ferreira e pelo Chaves, depois pelo Guimarães. No passado sábado fez o primeiro pelo Braga e logo contra o F.C. Porto, desbravando o caminho para mais uma vitória e prolongando a sensação de época inesquecível dos arsenalistas. 

A vida corre bem ao brasileiro, que se sente realizado por ter escolhido trocar de clube no final da época passada. Muito antes do contrato terminar com o Vitória, Riva já tinha tomado a decisão de mudar de ares, quatro épocas depois. Os primeiros contactos com a nova realidade não podiam ter sido melhores e deixaram o jogador «encantado com as condições, com a recepção e com um grupo de trabalho muito forte, tanto a nível desportivo, como psicologicamente». Este último aspecto foi essencial, porque considera-se «muito forte mentalmente». 

Foi fácil perceber que a época só podia começar bem. «O carinho que todas as pessoas têm aqui dentro pelos jogadores dá grande tranquilidade», realça, não se esquecendo que «o trabalho do mister, uma pessoa que trabalha muito» tem influenciado de forma importante. 

Riva não tem dúvidas quanto à qualidade da equipa e mais recente confirmação desse facto é a vitória sobre o F.C. Porto, que surgiu na mesma semana em que a equipa foi eliminada da Taça de Portugal, pelo Estoril. «Perdemos no jogo da Taça e muitas pessoas pensavam que nós íamos abaixo, mas acabámos por dar uma grande demonstração de valor no jogo com o FC Porto», assinala. A explicação da derrota com o Estoril não sai fluente. «São coisas que não dão para explicar», arrisca, para logo acrescentar que «ninguém pode dizer que foi falta de entrega ou mau profissionalismo, porque a equipa estava bem». Com dificuldade e suspirando, conclui: «Foi um daqueles dias que nem valia a pena sair de casa» 

Fazer estoirar champanhe 

Surpreendentemente, numa altura em que os jogadores apresentam receios na palavra, o brasileiro apresenta um discurso atento e interessante sobre a actual conjuntura futebolística. Os anos de estadia em Portugal facilitam a análise e avalizam os projectos de futuro. Para si, o actual campeonato «está muito nivelado» e dá exemplos: «Se observarmos bem, o Beira Mar e o Paços de Ferreira são equipas pequenas e têm feito uma prova interessante. Isso é bom para o futebol português, porque leva mais pessoas aos estádios». Nada mais pragmático e acertado. 

A reflexão estende-se ao futuro do Braga no actual campeonato, numa altura em que já faltam poucas jornadas para o final da primeira volta e a equipa está em segundo lugar. «O objectivo aqui dentro é tentar levar o Braga o mais longe possível e um bom lugar seria do quinto para cima», deseja, mas a ousadia vai um pouco mais longe, com suspiros de alegria: «Se a terceira posição surgir vamos estoirar champanhe. Queremos fazer a melhor classificação de sempre do clube». 

O momento de glória não é novo para Riva, que já viveu vitórias importantes noutras paragens. Talvez esta época consiga igualar, em sucesso, aquilo que aconteceu no ano de estreia em Guimarães. «No ano em que cheguei ao Vitória, tínhamos a melhor equipa que eu já vi naquele clube. Tinha o Capucho, o Vítor Paneira e outros. Uma equipa fantástica, que chegou ao terceiro lugar no campeonato e conseguiu eliminar o Parma nas provas europeias. Só fomos eliminados pelo Anderlecht, na Bélgica, com dois empates», recorda com orgulho. 
 

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