Eleito em março de 2011, Godinho Lopes apresentou um plano desportivo sustentado em três nomes: Domingos Paciência, Carlos Freitas e Luís Duque. O treinador foi o primeiro a cair, menos de um ano depois, mas agora, passados dezanove meses do início do mandato, também os dois responsáveis pelo futebol profissional deixam Alvalade (sem esquecer que, pelo meio, saíram os «vices» Carlos Barbosa e Paulo Pereira Cristóvão).
Foi com este «staff» que o Sporting preparou uma «revolução» para atacar a época 2011/12. Com um investimento bem acima do habitual, o plantel foi reforçado com mais de uma dezena e meia de jogadores: Marcelo Boeck, Rodríguez, Onyewu, Arías, Insúa, Turan, Schaars, Rinaudo, Luís Aguiar, Elias, Bojinov, Wolfswinkel, Capel, Jeffrén, Carrillo ou Rubio. Pedro Mendes, Maniche e Caneira rescindiram contrato.
Yannick Djaló e Postiga foram vendidos, mas já com a época em curso, e numa altura em que o ambiente não era o melhor, por força do mau arranque do campeonato (em relação ao primeiro o Sporting continua à espera do dinheiro, devido ao imbróglio com o Nice). A equipa leonina reage em setembro, com dez vitórias consecutivas, mas no final do ano reentra num ciclo negativo que se arrasta para o início de 2012, mesmo com alguns acertos no plantel (Xandão, Ribas e Renato Neto). Domingos, o treinador escolhido para o projeto, é afastado em fevereiro.
A estrutura leonina decide então promover Ricardo Sá Pinto, até aqui responsável pela equipa de juniores. O antigo capitão leonino consegue unir o grupo e marcar presença nas meias-finais da Liga Europa e na final da Taça de Portugal, mas o Sporting volta a chegar ao fim da época de mãos a abanar. No campeonato voltou também a ficar atrás de F.C. Porto, Benfica e Sp. Braga.
A SAD decide manter Sá Pinto para a época seguinte, e até lhe renova a confiança com um novo vínculo, válido até 2014. O plantel não sofre tantas mexidas quanto um ano antes, mas ainda assim são garantidos mais alguns reforços de peso: Boulahrouz, Rojo, Pranjic, Labyad, Gelson Fernandes e Viola.
O Sporting parece ter o plantel mais equilibrado em muitos anos, mas o início de época volta a ser uma desilusão. Com apenas duas vitórias em nove jogos oficiais, Sá Pinto acaba também afastado. Em menos de ano e meio, era a segunda «chicotada psicológica» do mandato de Godinho Lopes. A posição do presidente fica fragilizada, mas também a de Luís Duque e Carlos Freitas. Nos dias seguintes à saída de Sá Pinto surgem notícias que dão conta de possíveis mudanças na estrutura, agora confirmadas pela saída de ambos os responsáveis pelo futebol.
Duque pareceu sempre mais próximo da saída
Embora tenha sido noticiada recentemente a intenção de Carlos Freitas bater com a porta, foi sempre Luís Duque que pareceu mais perto da saída. Logo em maio de 2011, dois meses após as eleições, surgiram informações relativas a um pedido de demissão do vice-presidente, por estar em desacordo com a política de contratações, algo negado por Duque em comunicado divulgado no site oficial do clube.
Alguns meses depois, nova polémica a propósito das eleições da Federação Portuguesa de Futebol. Luís Duque decidiu apoiar Carlos Marta a título pessoal, mas o Sporting acabou por apoiar Fernando Gomes. Ainda sobre este assunto, Fernando Seara disse recentemente no programa «Prolongamento», da TVI24, que não foi candidato à liderança da FPF porque o Sporting lhe pediu que «entregasse na bandeja a cabeça de Luís Duque».
Refira-se ainda que no passado mês de setembro Luís Duque foi condenado por fraude fiscal na transferência de João Pinto para o Sporting. Uma sentença também aplicada ao ex-jogador, ao ex-empresário José Veiga e ainda a Rui Meireles, ex-dirigente leonino.