A figura: Onyewu

O Capitão América puxou do sinal de vitória de Churchill, num ataque aéreo chegou à praia do Beira Mar e acabou com a guerra de resultados em que o Sporting vivia. Onyewu nem começou bem a partida, pelo contrário, cometeu um erro infantil ao perder uma bola em zona proibida. Emendou com uma falta. Antes um cartão amarelo que um aveirense isolado para a balioza de Rui Patrício. Mas foi na área contrária que se distingui e levou a paz ao mundo leonino. Dois golos idênticos, um após canto, outro após livre lateral e o resultado em 2-0, demasiado longe para o Beira Mar discutir. Ganhou moral, deu o corpo às balas e, com quatro golos na Liga, é já o segundo melhor marcador do Sporting na prova, atrás de Van Wolfswinkel.

O momento: minuto 28

O leão entrou um pouco tremido, fruto do momento em que vivia, mas já ganhava. O Beira Mar tentava aproveitar a ansiedade da equipa de Domingos Paciência, que já tinha estado a vencer aqui mesmo o Moreirense e nem por isso venceu. O 2-0 de Onyewu deu a margem de segurança necessária a uma equipa que vivia em aflição de resultados. O segundo golo trouxe confiança e, acima de tudo, a ideia de que era esta que o leão vencia em 2012.

A desilusão: Renato Neto

É como um estagiário que tem de fazer trabalho sénior. Está a crescer ao mesmo tempo que tem responsabilidade enorme. O Sporting tem um problema na posição 6 desde que Rinaudo se lesionou. Já lá passaram Carriço e André Santos, agora está Renato Neto. É novo, chegou no mercado de Inverno e tudo isso são justificações para ser um corpo estranho

à equipa. Mas basta dar um olho às exibições de Nildo e Artur para se perceber que Renato Neto, apesar de ser a aposta, ainda não é a solução eficaz de Domingos ali no meio.

Outros destaques

Matías Fernández

Deram-lhe o meio-campo para jogar, pegou na bola e escreveu letras de bom futebol no relvado de Alvalade. Mostrou uma vontade enorme, atitude de líder com a bola nos pés e criou, ou descobriu, vários espaços na organização aveirense. Combinou sempre bem com João Pereira e teve a criatividade que Domingos pediu antes da partida e que o leão precisava no miolo. Substituído, recebeu aplausos em sinal de reconhecimento.

João Pereira

Vertigem pela linha, quase extremo, estivesse Jeffrén ou Capel mais à frente. João Pereira arrancou pelo flanco direito uma das melhores exibições do Sporting nesta tarde. Subiu muito e quase sempre bem. Com os extremos em dia de menos fulgor, o capitão leonino assumiu a quota-parte no lado direito. Cruzou várias vezes, combinou com Matías Fernández para puxar o leão para a frente. Acima de tudo, foi voluntarioso e um futebolista que deixou a ansiedade e o mau momento do Sporting no balneário. Exemplar na atitude.

Nildo

Sempre em acção à procura de uma falha entre os leões. Aliás, no primeiro lance do encontro mostrou que, com ele, o Sporting não podia adormecer. Roubou a bola a Onyewu e só parou porque o norte-americano o travou em falta. No resto do tempo foi igual, a jogar no limite da pressão ao adversário e a criar algumas boas jogadas para o Beira Mar, inclusive a última de perigo, em que atirou ao poste.

Artur

Nildo foi o coração do Beira Mar, Artur era o pensamento. O camisola 7 dos aveirense tentou assentar jogo no terreno adversário, arrancou lances de perigo, com a boa habilidade que tem aliada à leitura de jogo. A exibição de Artur é, talvez, a melhor prova de que o Beira Mar não chegou a Alvalade apenas com uma ideia de defender. Mais do que isso, o desempenho de Artur é mais uma evidência de que a manutenção é objectivo baixo para o futebol que tem, com o respeito que o Beira Mar merece.