Primeiro a notícia: o Sporting venceu o Belenenses por 3-0 e garantiu desde já a liderança da Liga.

É a segunda jornada consecutiva que o faz, o que não acontecia desde que Boloni foi campeão em 2002. Está assistir-se a história em Alvalade, portanto. Pelo menos no que se refere à última década.

Agora a opinião: foi um Sporting fiel a tudo o que tem sido numa época que está a superar todas as expetativas. Um Sporting rigoroso, trabalhador, solidário, que na maior parte das vezes não atropela os adversários mas consegue vencê-los por pontos.

Alvalade encheu-se de euforia para receber o líder, havia até alguma curiosidade para ver como a equipa reagia a esses dois factos (a liderança e a euforia), no final provou-se que superou bem, obrigado: com a ponderação e a razoabilidade do costume.

Nunca empolgou, mas esse não é o seu código genético.

Entrou em campo algo tímido e foi crescendo ao longo do jogo, o que também é uma espécie de característica genética da equipa, pelo menos nos jogos em Alvalade. Mais importante do que tudo, é que teve o jogo sempre controlado: e esse é o primeiro passo para construir algo em cima dele.

Do outro lado da cidade, do Restelo, chegou um Belenenses que foi um osso muito duro de doer. Uma equipa bem organizada, que se fechava com dez homens, ocupava os espaços mais evidentes e tornava hercúlea a tarefa do adversário para construir jogo.

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Nunca abdicou de sair com três homens, no mínimo, para o ataque, o que lhe permitia estender o futebol e até criar algumas situações de finalização.

O jogo esteve por isso longe de ser de sentido único e o Sporting esteve longe de ter uma noite isenta de erros. Pelo contrário. Falhou passes, perdeu bolas, andou muito tempo no limite da paciência de um espetador isento de futebol.

Por alguma razão, aliás, este Belenenses já roubou pontos a Benfica e FC Porto.

Ora por isso o jogo estava naquela fase de parecer estar a transformar-se num rico bico de obra para o Sporting quando Hugo Pacheco errou feio: o árbitro viu uma falta de João Afonso sobre Cedric, até aqui tudo bem, mas levou-a para dentro da área. Não foi. Nem sequer chegou a entrar na área.

Adrien Silva da marca de penálti não falhou e tornou o jogo mais fácil para o Sporting.

Curiosamente logo a seguir Montero foi travado dentro da área por João Meira, quando se ensaiava o remate em excelente posição, e o mesmo Hugo Pacheco mandou seguir. Outro erro, que pelo menos teve um mérito: o chamado mérito compensatório.

Por aqui está tudo dito, portanto. De volta ao futebol.

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Ora o futebol mudou bastante depois do primeiro golo, sobretudo porque o Sporting tranquilizou. A resistência do Belenenses foi diminuindo e o jogo tornou-se mais fácil. William Carvalho adiantou-se uns metros no terreno, a pressão tornou-se mais subida, o futebol andou mais na área do Belenenses e naturalmente a segunda parte trouxe mais dois golos.

André Martins voltou a marcar após uma excelente assistência de Carrillo e o mesmo André Martins serviu Wilson Eduardo para o terceiro golo. O Sporting, pelo caminho, deu robustez a um triunfo que não sofre qualquer contestação.

A equipa já cumpriu a parte dela, agora à espera de notícias de FC Porto e Benfica. Pode não fazê-lo de sorriso nos lábios?