A «Pantera» está de regresso à Liga. Momento histórico para o Boavista ao estrear-se na pedreira seis anos depois de ter deixado o convívio com os grandes. Mas, do outro lado estava o Sp. Braga, fiel aos seus princípios e sem querer entrar neste conto axadrezado sendo mais do que um mero figurante. Os pupilos de Sérgio fizeram o que lhes competia e venceram por três bolas a zero.

Uma entrada avassaladora e um golo logo no primeiro minuto fizeram os axadrezados votar à terra e confirmaram que, estatutos e histórico à parte, este Boavista não tem arcaboiço para este Sp. Braga.

Os golos com que o Sp. Braga venceu o Boavista foram apontados por Pedro Tiba, Ruben Micael e Éder. Missão cumprida no Minho, a aventura de Sérgio Conceição começa com um triunfo robusto e com os minhotos entre a liderança do campeonato. A tal liderança que o novo técnico arsenalistas diz que é «exagerada».

Não foi preciso um minuto para a rede abanar

Pedro Tiba, uma das quatro caras novas com que Sérgio Conceição iniciou a participação na Liga, não precisou sequer de um minuto com o símbolo dos Guerreiros para fazer o gosto ao pé. Depois do primeiro pontapé para a frente do Boavista, logo na saída do encontro, Pedro Tiba aproveitou uma série de ressaltos para parecer na cara de Monllor. A classe do médio recrutado ao V.Setúbal fez o resto.

Logo ao primeiro minuto o Sp. Braga colocou-se em vantagem. Que mais poderia desejar Sérgio Conceição nesta sua aventura pelo Minho? O que menos desejaria Petit no seu aparecimento como treinador de I Liga neste ressurgir do Boavista entre os grandes do futebol português?

O estilo de jogo «pressionante» apregoado por Sérgio Conceição na pré-época deu frutos logo na primeira tentativa e estavam reunidas condições para uma tarde tranquila na pedreira. O Boavista sucumbiu com o golo madrugador e demonstrou não ter armas para bater o pé aos Guerreiros e lutar pelo resultado.

Mas, o Sp. Braga também não demonstrou argumentos para evidenciar a sua supremacia e o seu maior estatuto. Como que se acomodou com o resultado e pouco mais fez do que a gestão do jogo, sem pressão e longe da baliza axadrezada.

Chã do intervalo fez bem a Rafa

Entre Custódio, Pedro Tiba e Ruben Micael, o técnico Sérgio Conceição não consegue arranjar espaço para o jovem mundialista no meio campo. Pardo foi o sacrificado e conseguiu arranjar-se um lugar para Rafa na extrema esquerda, mas o jogador esteve pouco em jogo, sem alegria que o caracteriza e sem os habituais rasgos de genialidade no primeiro tempo.

O figurino foi, contudo, diferente na segunda metade. O chã do intervalo fez-lhe bem, deu-lhe a motivação que era necessário e o jovem mostrou serviço na primeira vez que pegou na bola. Com uma «diagonal à Rafa» deixou vários adversários para trás e serviu Micael no meio, que finalizou de forma imaculada.

Caíram por terra quaisquer intenções boavisteiras de ainda correr atrás do resultado; agigantou-se o Sp. Braga a par do crescimento de Rafa. O conjunto arsenalista esteve melhor no segundo tempo, cresceu e circulou melhor a bola. A confirmação do triunfo, se é que ainda não estava confirmado, chegou já perto do fim quando o insaciável Éder converteu uma grande penalidade aque o mesmo cavou. Ervões, capitão do Boavista, comete falta, mas a mesma é fora da área.

Estava cifrado o resultado final; três bolas a zero para o Sp. Braga. Triunfo incontestável do Sp. Braga no arranque da era Sérgio Conceição. Os Guerreiros venceram mas não convenceram, apesar do resultado robusto, cumprindo apenas com a sua obrigação. Adversários de outro valor, o Boavista confirmou as dificuldades que vai ter para se integrar na Liga, constatarão a valia deste Braga.