O Sporting perdeu esta quinta-feira em Alvalade por 2-3 com o Halmstads e a vitória conseguida na primeira mão da Taça UEFA (2-1), na Suécia duas semanas antes, de nada serviu para evitar em casa a eliminação das competições europeias.
Os leões vinham de uma vitória por 1-0 sobre o V. Setúbal, que terminou com 10 jogadores. Apesar do triunfo no domingo, Peseiro sentiu a forte contestação dos adeptos no final do jogo.
Esta noite, o adversário era acessível, havia vantagem na eliminatória e a passagem à fase de grupos podia ter feito renascer uma relação cada vez mais difícil. Ou acontecer o contrário. Que foi o que se passou. O Sporting eliminado e o treinador e a administração a darem explicações sobre a continuidade do técnico.
A ponte foi feita no sentido descendente em que este Sporting está - quer exibicional quer de resultados desportivos. O jogo em si tem pouco para dizer. Foi fraco - muito - e a confrangedora apatia que já se tinha visto na Liga manteve-se. Acentuou-se até.
Foi um Sporting amorfo aquele que se apresentou. Com o habitual médio à frente da defesa, mas com quatro jogadores à sua frente antes do isolado Deivid. Muito isolado, praticamente sempre, e presa fácil da defesa sueca.
A equipa de Jan Andersson foi muito organizada e tratou de tapar os espaços com um meio-campo de cinco jogadores a defender, que prenderam os movimentos dos leões. As tabelas não funcionavam, não se criava superioridade numérica ou desequilíbrios, nem sequer havia espaço para rematar de longe.
No reino das falhas
Mas, à parte esta boa organização adversária, o Sporting não se pode queixar só do mérito do adversário. Se os golos do Sporting se podem explicar por um lance individual e uma falha dos suecos, os golos dos visitantes explicam-se da mesma forma, mas de um modo muito mais exponenciado.
O primeiro golo do Halmstads é um bom golo, mas também um bom reflexo da apatia leonina que marcou o jogo. Os outros, de muitas falhas que marcaram o jogo do Sporting. Foram muitos os erros. Viveu-se uma sensação entre uma equipa que se via ser melhor do que a outra, mas sem o conseguir ser.
E a partir daí volta a insegurança; a incerteza. E o princípio do fim. Só o facto de o Sporting passar a ter a eliminatória em risco já diz muito do que se passou. Até a perder por 0-1 os leões passavam. Mas não ficou por aqui. Foi muito pior.
O Sporting até igualou. Mas, mais uma vez, não assumiu o jogo. Não mandou. Não comandou as operações e acabou por navegar ao sabor dos acontecimentos determinados pelo outro. E assim se foi jogando.
Já no prolongamento, quando estava 2-2, Tonel estava preparado para entrar. Peseiro queria mais uma vez segurar esta vantagem na eliminatória. Mas esperou pelos lances de bola parada a favor dos suecos. Quis ver no que dava.
O Sporting sofreu um golo, o terceiro. Peseiro voltou a ser obrigado a fazer outra coisa: teve de fazer entrar Varela. E lá foram os leões forçados a mudar a estratégia. O Halmstad soube ao que veio e cumpriu a sua missão. O Sporting andou a navegar frente à equipa sueca entre apurado, igualado e... o resultado que se viu.