Foi preciso sofrer, se calhar mais do que o esperado, mas o Sporting está bem de saúde, recomenda-se, e está também de regresso ao primeiro lugar da Liga, depois da vitória desta noite diante do Arouca, em Alvalade.

Depois da derrota a meio da semana frente à Atalanta, Ruben Amorim voltou à fórmula mais tradicional: com Coates no centro da defesa, Esgaio a fazer o corredor direito e no ataque, uma meia surpresa, com a aposta em Marcus Edwards em detrimento de Paulinho.

O extremo inglês entrou no segundo tempo do encontro diante da turma italiana, deu uma boa resposta e Amorim confiou-lhe a titularidade.

E Edwards, diga-se, correspondeu: tantas vezes acusado de ser um jogador que se desliga facilmente dos jogos, o jogador de 24 anos desta feita, esteve ligado à ficha.

FICHA E FILME DO JOGO.

No geral, aliás, foi um leão ligado à ficha o quanto baste na primeira parte. Desde cedo que os comandados de Ruben Amorim assentaram arraiais no meio-campo defensiva do Arouca, adversário que, por sua vez, mostrou-se tímido, demasiado tímida, na hora de procurar a baliza adversária.

E por isso o golo de Gyökeres surgiu à meia-hora de jogo, mas era uma questão de tempo, diga-se, até esse golo aparecer.

O Sporting colocava-se aí numa situação de vantagem para enfrentar o resto do jogo, com uma exibição até aí de domínio completo e perante um Arouca que até então tinha-se mostrado demasiado frágil para dividir o jogo.

Diomande e um futebol incerto

Só que o futebol é incerto, demasiado incerto, e Diomande viu dois amarelos no espaço de dez minutos – incrível a facilidade com que se anda a expulsar jogadores na Liga esta época – e deixou o leão reduzido a dez unidades.

O Arouca, claro, subiu linhas e nem precisou de fazer muito para chegar ao empate, assinado na ficha de jogo por Rafa Mujica, após um cruzamento na esquerda de Jason. Aos 51 minutos, Alvalade preparava-se para ver um jogo bem diferente do que a primeira parte deixava antever.

Mas o leão não tirou os olhos da baliza, muito pelo contrário, e soube aproveitar a pobre inspiração do adversário. Gyökeres foi esticando o ataque e o conjunto verde e branco continuou vivo lá na frente.

Nuno Santos ameaçou primeiro, Morita passou das palavras às ações depois, aos 68 minutos. 2-1 novamente: Alvalade cresceu e o Sporting aproveitou essa boleia, mesmo reduzido a dez unidades – até aos 87 minutos, altura em que Rafael Fernandes também foi expulso no Arouca.

Os arouquenses não tiveram muito espaço, é verdade, e aí o mérito é da organização defensiva do Sporting. Mas quando o tiveram, também se pode dizer, decidiram quase sempre mal e só facilitaram a vida a um leão que por acaso estava com a vida bem complicada, fruto da expulsão de Diomande.

O Sporting sobreviveu ao contratempo da expulsão de Diomande e subiu novamente ao trono da Liga, de forma isolada. Este Leão está bem de saúde e recomenda-se.