O dinamarquês Magnus Gaunsbaek passou pela formação do Sporting durante meio ano na época 2021/22, no escalão de juvenis, tendo recordado agora o período em Portugal, onde as coisas não correram como «planeado» quando representou os verde e brancos, nomeadamente pelas dificuldades em dormir devido à rotina de um colega de quarto.

«Fiquei lá cerca de meio ano, mas não correu como planeado, não estava muito bem. Tive um dia a dia muito difícil, não conseguia fazer tudo dar certo. Então acabámos a cancelar o contrato», referiu o jovem de 18 anos, em declarações ao bold.dk, publicadas esta quarta-feira.

Ao portal dinamarquês, Gaunsbaek, que viveu na academia dos leões, contou sobre as dificuldades que tinha em dormir, devido à atividade de um colega de quarto que, ao contrário de si, não frequentava a escola e ia apenas a treinos.

«Foi um nível completamente diferente em termos de futebol, acho que correu muito bem. Fiquei feliz com o futebol. Foi mais o dia a dia em torno do futebol que não funcionou. Lutei com o facto de viver com alguém que tinha rotinas completamente diferentes. Por exemplo, ele não ia à escola, então ficava acordado até às 02h00, quando eu tinha de acordar às 06h00. Era uma cultura completamente diferente, porque ele ficava acordado a jogar até tarde. Ele só precisava de levantar-se e treinar. Foi muito difícil para mim. Um dia a dia difícil, mental e fisicamente, porque também houve dias longos na escola, muito diferente daqui na Dinamarca», relatou, lembrando ainda o seu consequente rendimento em campo.

«Lembro-me claramente que houve alguns treinos em que senti que não tinha energia. Algumas condições e necessidades básicas não foram satisfeitas, então senti que não podia dar 100 por cento. Quando olho para trás agora, sinto que estava mentalmente preparado, mas não consegui uma estrutura adequada. Sei que também é de esperar que seja muito mais difícil e que nem tudo seja como na Dinamarca, mas não tive as melhores condições, pois só dormia quatro ou cinco horas. Eu reclamei várias vezes e travei uma grande batalha por não conseguir simplesmente o meu próprio quarto, porque isso tornaria tudo 100 vezes mais fácil», prosseguiu.

Gaunsbaek conta ainda que abordou o Sporting mais do que uma vez para resolver as situações, mas que não teve sucesso, até que foi ter com o diretor da academia. «Falei com ele. Lá, ele apenas disse que preferia que eu ficasse no clube, mas se eu quisesse realmente ir para casa, era claro que eles não deveriam impedir-me de fazê-lo», afirmou, contando que «foi mais um alívio do que uma deceção porque foi um processo longo», mas que não se arrepende de ter ido para o Sporting em 2021, oriundo do Nyborg.

«Não foi realmente uma deceção. Não me arrependo nem um pouco. Primeiro, foi uma grande oportunidade e penso que me teria arrependido se não o tivesse feito, porque não teria experimentado como seria. Claro que sinto muito pela forma como terminou, mas aprendi muito sobre outra cultura e não é só sobre futebol que se aprende, é uma experiência holística», considerou o jovem de 18 anos, agora nos dinamarqueses do Sonderjyske, onde alinha pelos sub-19 e tem contrato até 2024.