Ruben Amorim, treinador do Sporting, em conferência de imprensa, depois do empate com o Benfica (2-2), no Estádio da Luz, em jogo da segunda mão da meia-final da Taça de Portugal. Os leões seguem em frente para a final do Jamor.

É a primeira vez que vai a uma final da Taça de Portugal como treinador, vai ser um jogo especial?

- É realmente muito especial. Ainda não vivi esse dia como treinador, lembro-me de viver como jogador… jogador do Benfica. É um dia especial, estes jogadores também não viveram isso.

O Benfica foi melhor na primeira parte, o que mudou ao intervalo?

- Um jogo em que, quer na primeira parte, quer na segunda, não conseguimos ter o nosso fio de jogo. Antes de começar a falar do que correu mal, as coisas iam saindo bem, fizemos os nossos golos, agarrámo-nos a outras coisas. A forma como o Benfica entrou no jogo, mais agressivo do que nós, a mudança ao intervalo passou por aí, tivemos de ser mais agressivos. Pautámos muito o jogo por tirar a bola ao Benfica, mas quando tivemos espaços, não conseguimos fazer transições. O Benfica dificultou-nos muito a vida, mas no fim do jogo, vi o Di Maria encostado ao flanco à espera da bola. Tivemos de ter mais a bola. Nunca conseguimos entender isso. Há dias que são mais difíceis, mas tivemos outras coisas. Tenho a certeza absoluta que vamos ter de ser muito melhores no sábado.

Cada jogo tem a sua história ou o jogo do próximo sábado vai ter muita coisa do jogo de hoje?

- Tenho a certeza absoluta que teremos de ser muito melhores no sábado - neste caso foi um empate, soube a vitória - para ganhar ao Benfica. Os jogos são próximos. Pode-se levar alguma sensação deste jogo. Hoje não tivemos posses longas nem assentámos o jogo. Temos de ser melhores. Passámos, vamos com esse sentimento. Mas como treinador quero sempre ver a equipa no máximo. Vamos juntar essas duas sensações, mas também alerta de que temos de jogar melhor.

Coates já ganhou a Taça em 2019. Vai ser um sentimento ganhar agora com Ruben Amorim?

- Isso vão ter de perguntar ao Coates. O que sinto é que ele sente que é especial jogar pelo Sporting todos os dias. Quando somos mais velhos isso é redobrado porque temos a ideia que um dia vai acabar e quando somos mais jovens achamos que é para sempre.

Sporting vai mais galvanizado para o jogo de sábado?

- Vamos da mesma maneira, temos de ser muito inteligentes e melhores com a bola. O Benfica tem muito talento e mete muitos jogadores na frente. A responsabilidade não e só dos jogadores, acho que os posso ajudar a ser melhores e a ganhar o jogo.

Naquele momento em que o Benfica pressionou mais foi por mérito do Benfica ou demérito do Sporting?

- Acho que foi um pouco dos dois. Há que dar muito mérito ao Benfica. Faltou-nos agressividade e qualidade com a bola. Lembro-me de pormenores em que tivemos demérito para assentar o jogo. O Paulinho a receber de costas não vira como o Edwards ou o Trincão... A posse dos centrais demorou na primeira parte, uma coisa é pausar, outra é deixar acontecer e deixar o Benfica encaminhar a pressão. Têm direito a um dia menos conseguido, mas passámos num ambiente incrível. Queremos fazer o mesmo, ter um ambiente incrível, com muito barulho, e ser melhores no próximo jogo.

Fez três alterações de uma assentada na segunda parte. Pode explicar o que pretendeu?

- Não posso explicar porque temos jogo dentro de três dias, adorava e gosto, mas não posso. O que disser... poderão entender as razões. Foi por encaixe da pressão, caraterísticas com bola. Tentámos mudar a forma de pressionar e jogar. Se correr bem no sábado, explico melhor.