A comitiva da Seleção Nacional de sub-20 regressou, esta terça-feira da Coreia do Sul, após ter sido eliminada pelo Uruguai no desempate por grandes penalidades. À chegada ao aeroporto Humberto Delgado, o treinador Emílio Peixe em declarações aos jornalistas, fez um balanço positivo da participação portuguesa.

«Creio que o balanço tem que ser positivo. Tendo em conta os fortes adversários que encontrámos. O desempenho de todo o grupo foi fantástico, os jogadores foram heróis. Para chegarmos ao penáltis com o Uruguai, tivemos que ser mais fortes na fase de qualificação e contra o anfitrião [Coreia do Sul]. Fomos sempre melhores que os adversários. Em alguns jogos não materializámos essa superioridade. Admito também que em algumas fases desses jogos, sentimos dificuldades. Tendo em conta o que foi a atitude e o empenho dos nossos jogadores só posso estar satisfeito.»

Apesar de ter caído nos quartos de final, à semelhança do que tinha acontecido em 2015 na Nova Zelândia, o Peixe frisou que Portugal tinha capacidade e qualidade para ter chegado mais longe neste Campeonato do Mundo.

«Sentimos que naquele jogo com o Uruguai conseguimos neutralizar aquilo que era e é uma equipa candidata ao título. Uma equipa que ganhou o sul-americano, recheada de jogadores muito fortes do ponto de vista individual, alguns deles já vendidos para os melhores clubes da Europa. Fomos superiores, conseguimos ser superiores por isso penso que merecíamos outro resultado. Fica bem patente o sentimento de que saímos mais forte e mais valorizados. O futebol português pode ficar descansado que irá ter mais e melhores jogadores.»

O técnico de 44 anos salientou que a Federação Portuguesa de Futebol partilha o sentimento de satisfação em relação à prestação portuguesa na Coreia do Sul.

«É um balanço muito positivo tendo em conta que esta geração passou os últimos seis anos da formação na seleção nacional atingiu duas meias-finais, conseguiu promover dois jogadores à seleção AA. Temos jogadores com idade de sub-20 nos sub-21. É um trabalho que tem sido desenvolvido por toda a estrutura técnica nacional, não é pelo Emílio Peixe.»

Por último, o treinador foi ainda questionado sobre a possibilidade de alguns jogadores desta geração atingirem patamares superiores nas seleções nacionais.

«Os jogadores não nascem mais à frente, já nasceram há muito tempo. Alguns jogadores quando chegam a um patamar de sub-21 já contam com 60, 70 ou 80 internacionalizações. Não são jogadores que estão a chegar a um patamar profissional. São jogadores que se estão a desenvolver em contextos competitivos de grau de dificuldade elevada e estarão preparados caso o Rui Jorge ou Fernando Santos entender chamá-los. Qualidade não lhes falta.»