Assim é complicado. Portugal desperdiçou duas vantagens no marcador, mais de uma mão cheia de oportunidades flagrantes de golo e permitiu à Albânia conquistar um ponto (2-2) num duelo que parecia controlado desde o primeiro minuto. A equipa de Rui Jorge isola-se no 2º lugar do grupo 6, aproveitando o deslize da Polónia, mas fica a dever a si mesmo um triunfo que seria precioso na luta por um lugar no Euro 2013. As contas estão cada vez mais difíceis.

Entrada a todo o gás e golo. A abordagem lusa ao jogo foi perfeita. Sem deixar o adversário respirar, o meio campo comandado por André Martins abafou o futebol albanês e libertou os «velocistas» da frente: Wilson Eduardo, Salvador Agra e Nélson Oliveira.

O filme do jogo

Até aos 20 minutos, Portugal obrigou Frasheri à primeira de várias intervenções de qualidade, por André Martins, viu Josué atirar paras as nuvens a primeira situação de golo e chegou à meia dúzia de cantos. Depois marcou. Josué, num raro, mas bom, golo de cabeça, colocou Portugal na frente.

Parecia feito o mais difícil. A Albânia, por aquela altura, era tão tenrinha que parecia impossível não acabar devorada pelo onze luso, que terminou a primeira parte em cima do adversário, mas sem esticar a corda. Os albaneses sorriram com a vantagem mínima no descanso e trataram de a anular em tempo útil.

Paixão de Sadiku pelo golo

Ritmo igual no reatamento. Nada mudava. Portugal carregava sem marcar, Frasheri brilhava na baliza. Aliás, o guardião albanês só não termina o jogo com o rótulo de figura principal porque na frente há um homem a seguir. Nome português, apelido de goleador. Armando Sadiku, quase sozinho, roubou dois pontos a Portugal.

O avançado, que milita na modesta II Liga suíça, marcou por duas vezes e anulou as duas vantagens portuguesas, em lances onde a facilidade de remate fez a diferença.

No primeiro, após toque de cabeça de Bekim Bala, arrancou um potente remate à entrada da área, sem hipóteses para Mika. Era um balde de água fria. Mas Portugal tinha muito tempo para se secar e conseguiu-o rapidamente.

Wilson Eduardo desviou de cabeça ao primeiro poste um centro de Cedric. Mais um bom golo num jogo estranho. Nem dez minutos esteve em desvantagem o grupo português. Contudo, o golo não trouxe a tranquilidade. O jogo continuava demasiado partido, apesar de dominado pelos portugueses.

Domínio territorial não traz vitórias. Ocasiões de golo desperdiçadas, muito menos. Temia-se novo empate, que chegou em jeito «deja-vu». Mais uma bola de cabeça ganha por Bala, agora a Pedro Mendes (no primeiro tinha sido João Pereira a perder) e remate cruzado do homem da noite: 2-2.

Armando Sadiku dava-se a conhecer aos portugueses. Escrevia a letras de ouro o seu nome da história do jogo. Com tanta convicção que Josué, de livre directo, e Rui Fonte, após cruzamento de Wilson Eduardo, não foram a tempo de apagar. Portugal acabava por cima. Foi assim quase todo o jogo. E não chegou. O que dá que pensar.

Ficha de jogo:

Estádio Niko Dovana, em Durres, Albânia

Árbitro: Ivan Kruzliak (Eslováquia)

ALBÂNIA: Frasheri, Fejzullahu, Sallaj, Albi Dosti, Mergim Brahimi (Bunjaku, 60), Bekim Bala, Armando Sadiku, Eni Imami, Vajushi (Hoxha, 90), Bruno Telushi (Shkurtaj, 81) e Elvis Prençi.

Treinador: Skender Gega

PORTUGAL: Mika, Cedric, João Pereira, Pedro Mendes e Rúben Ferreira (Ludovic, 87); André Almeida, André Martins e Josué; Salvador Agra (Pelé, 46), Nélson Oliveira (Rui Fonte, 57) e Wilson Eduardo.

Treinador: Rui Jorge

Golos: Josué, 20; Sadiku, 55 e 78; Wilson Eduardo, 63

Disciplina: Amarelo para Salvador Agra, 38; Imami, 57 e 84; Telushi, 74; Sallaj, 76. Vermelho para Imami, 84.

Conheça Armando Sadiku: