Se a última imagem é a que fica…

Então Portugal podia ter chegado mais longe.

Mas chegou tarde a este Europeu sub-21. A nível exibicional, sobretudo. Fica fora de cena e sem os mínimos olímpicos.

Os melhores 45 minutos da seleção nacional na competição, na segunda parte contra a Inglaterra, não chegaram para anular o golo de Anthony Gordon aos 34 minutos e o finalista vencido de 2021 cai nos quartos de final.

Um só golo permitiu aos ingleses o apuramento para as meias-finais e o encontro com Israel na próxima quarta-feira. Portugal não só diz adeus ao Europeu que queria conquistar pela primeira vez, como também fica arredado dos próximos Jogos Olímpicos, em Paris.

Depois de uma fase de grupos sofrida e cinzenta, mas que culminou com o apuramento, Portugal voltou a passar por dificuldades em 45 minutos, perante uma Inglaterra de qualidade e a quem a vantagem assentava ao intervalo.

A seleção orientada por Lee Carsley foi mais controladora e dominadora na primeira parte, assumiu a bola e as despesas ofensivas e chegou com mérito ao golo a caminho do descanso. Tudo começou com um passe do ex-Boavista Angel Gomes a lançar Ramsey pelo meio e Gordon concluiu no coração da área depois de Madueke e Gibbs-White darem o seu contributo, o último com a assistência para golo. Decisão certa. Geometria. Eficácia.

É certo que Portugal esteve longe de brilhar e teve um registo que pouco fugiu da imagem deixada na fase de grupos. Ainda assim, duas das melhores ocasiões da primeira parte foram da equipa lusa. Pedro Neto obrigou Trafford a defesa apertada ainda com 0-0 (14m) e, em cima do intervalo, valeu Harwood-Bellis a opor-se ao remate de Tiago Dantas.

Uma reação vincada na segunda parte era necessária e Portugal respondeu como poucas vezes se tinha visto neste Europeu nos segundos 45 minutos. Rui Jorge trocou Samú Costa por Paulo Bernardo e a equipa subiu – e de que forma – o nível. Até fica a ideia de que o empate não surgiu por acaso.

Basta dizer que a Inglaterra ficou remetida à defesa em quase toda a segunda parte, só rematou de novo à baliza aos 88 minutos e teve, quando não havia Trafford, os ferros.

A equipa subiu de rendimento e Henrique Araújo, o segundo homem lançado do banco, teve a melhor ocasião para o empate aos 73 minutos. O cruzamento de Pedro Neto encontrou a cabeça do avançado e a bola beijou a trave. Portugal ia somando boas combinações e aproximações à área inglesa e os leões marchavam contra as armas lusas com várias substituições para refrescar e segurar o 1-0.

Por fim, o golo de Gordon foi suficiente e tirou Portugal do Europeu e dos Jogos Olímpicos, num adeus em que fica clara a ideia de que era possível ir mais além.