A Comissão Disciplinar da Liga de Clubes manteve esta quarta-feira o castigo de dois jogos e mil euros de multa aplicados a Luisão no processo sumaríssimo instaurado por alegada agressão ao portista Sapunaru.
O Benfica alegou tratar-se de «uma reacção instintiva (e quando muito inadvertida) na sequência de uma intenção nítida de disputar a bola de jogo», segundo o acórdão divulgado hoje. O clube acrescentou ainda como atenuante «a compleição física» do central brasileiro, que «propicia a que estes tipos de lances possa ocorrer», uma vez que «impõe desde logo um esforço adicional na sua movimentação, logo a movimentação dos braços é segura e inevitavelmente maor».
O clube da Luz considera «falso» que tenha existido intenção, apenas uma forma de «ganhar posição para melhor disputar a bola». Alegou ainda que o jogador não é reincidente e que participou em 113 jogos pelo Benfica sem ter sido expulso, e que a sua acção não causou risco elevado ao adversário. Com estes argumentos, o Benfica pediu o arquivamento dos autos ou a redução para um jogo de castigo, o que foi recusado.
A CD rejeitou o recurso do Benfica, assentando nas imagens televisivas para considerar que Luisão «agiu de forma livre consciente e voluntária, com intenção de atingir o adversário, inferiorizá-lo e intimidá-lo, bem sabendo que a sua conduta era proibida e punida pelas leis do jogo e pelos regulamentos desportivos». Os juízes contrapõem que o movimento do braço do brasileiro - ao contrário do que diz o fisiologista Bruno Mendes, testemunha apresentada pelo Benfica - «não corresponde a qualquer forma de compensação pelo desequilíbrio do membro inferior». «O arguido movimenta o braço num movimento lateral, firme e direccionado ao jogador Sapunaru e não num movimento para trás, contrário ao desequilíbrio».
A atitude de Luisão é considerada agressão física, com «risco grave para a integridade física do atleta adversário, tendo em conta o meio utilizado para agredir o adversário (braço e cotovelo), bem como a zona atingida (face do adversário)».
O psicólogo Pedro Almeida e o director de comunicação João Gabriel foram as restantes testemunhas apresentadas pelos encarnados.