Na estreia de Portugal na Taça das Confederações, o maior habitué do torneio entre os campeões continentais: o México vai para a oitava presença (ultrapassando as sete do Brasil) e até já venceu a prova, quando foi anfitrião, em 1999.

A vantagem, porém, pelo menos na opinião de Raúl Gutiérrez será lusa.

Mais do que o atual técnico do Atlante, histórico clube mexicano, este antigo defesa 37 vezes internacional (entre 1991 e 1996) foi selecionador olímpico do México entre 2014 e 2016 e antes disso, entre 2010 e 2013, orientou a seleção de sub-17.

Gutiérrez tem portanto conhecimento de causa e ao Maisfutebol reconhece algum favoritismo português, antecipando ainda assim que «as duas seleções são candidatas a vencer a competição»:

«É verdade que o México tem mais experiência na Taça das Confederações, mas do outro lado estão os campeões da Europa! A seleção de Cristiano Ronaldo! E não há muito mais a dizer sobre a sua capacidade goleadora e capacidade de levar quase a equipa às costas em determinados momentos. Além disso, Portugal chega melhor à Taça das Confederações. No entanto, o México também tem uma boa geração e alguns jogadores que conhecem bem o futebol português. Esse conhecimento é uma vantagem.»

O antigo selecionador, que entre outros levou o México à conquista do Mundial de sub-17, em 2011, salienta as qualidades de Reyes, Layún, Herrera e Jiménez, os «quatro portugueses» da seleção azteca, «grandes jogadores, que têm experiência de regularmente jogar ao mais alto nível». Lamenta no entanto a ausência de Jesús Corona, extremo portista que há dias renunciou à seleção por motivos pessoais.

Raúl Gutiérrez, ex-selecionador olímpico e sub-17, abordou ao Maisfutebol o duelo entre Portugal e México

«É uma baixa de peso. Tecatito Corona traz à seleção algo que ela não tem: capacidade técnica individual e de jogar tanto por fora como por dentro do campo, velocidade, inteligência… Um jogador como ele faz sempre falta», afirma o antigo selecionador.

Vantagem lusa

A história joga também a favor de Portugal.

Desde um nulo em abril de 1969, num particular no Jamor, a «equipa das quinas» venceu nas duas ocasiões em que voltou a defrontar a seleção da CONCACAF: o último triunfo foi em junho de 2014, num jogo particular nos Estados Unidos (Foxborough, Massachusetts) decidido com um golo já nos descontos de Bruno Alves. Porém, a vitória mais importante aconteceu no único jogo oficial entre das duas seleções, no Mundial de 2006, quando Portugal venceu por 2-1. Maniche e Simão Sabrosa fizeram os golos e Kikin Fonseca reduziu, fazendo o placard final, antes da meia-hora de jogo.

O avançado ex-Benfica também antecipou o duelo Portugal-México, recordando o tempo em que foi treinado pelo selecionador nacional Fernando Santos no clube da Luz.

Maniche marcou na vitória de Portugal sobre o México no Mundial de 2006

«Fiquei surpreendido com a forma como (Fernando Santos) analisa muito bem os adversários. Na véspera dos jogos exibia-nos quadros nos quais mostrava os movimentos, alguns vídeos e ainda apresentava as qualidades e fragilidades dos adversários. É um estudioso. Conhece muito bem os adversários que vai defrontar e dá-te muitas armas, porque ao conhecer os adversários tens muitas condições para desenvolver o esquema e sistema que ele pretende. Podes anular o adversário e aproveitar os pontos fracos», referiu o agora comentador televisivo, em declarações ao jornal El Diario.

A dias de a bola rolar na Arena de Kazan, domingo, pelas 16 horas, no México há já quem antecipe com entusiasmo a estreia da seleção azteca nesta edição da Taça das Confederações.

Palavra de Raúl Gutiérrez: «Faltam dias para o jogo e a expetativa é de ansiedade, até ao momento em que milhões de mexicanos vão assistir ao jogo. Um jogo especial, por ser contra o campeão europeu e sobretudo por do outro lado estar Cristiano Ronaldo. A seleção arrasta multidões. Domingo, será uma emoção enorme.»