O Estoril voltou a ser vítima da própria ambição na Amoreira caindo diante do Sp. Braga (1-2) na estreia da fase de grupos da Taça da Liga, num jogo em que praticou um futebol vistoso, jogado a uma velocidade vertiginosa na frente, mas facilitando nas transições defensivas. A equipa de Jesualdo Ferreira fez valer a sua maior experiência e a verdade é que se colocou numa excelente posição para chegar às meias-finais da competição e, tendo em conta que não irá encontrar nenhum dos «grandes» antes da final, os minhotos são mesmo candidatos a voltar a vencer este troféu. Mas o resultado desta noite não foi justo para a equipa da casa e o jogo terminou com um caso que podia ter ditado um resultado diferente.

Confira a FICHA DO JOGO

Duas equipas com tração à frente que entraram na Amoreira com o pé no acelerador. Um ritmo intenso, pouco habitual nos primeiros minutos de jogo que cedo deu a entender que ia provocar estragos. À velocidade que se jogava, com bola lá, bola cá, é fácil provocar erros e estes não demoraram a aparecer. Depois de as duas equipas já terem tido oportunidades, os canarinhos foram os primeiros a falhar, aos 14 minutos, e o Braga aproveitou para se colocar em vantagem. Cruzamento largo de Rúben Micael da esquerda, Vagner salta entre Custódio e Rúben Fernandes e a bola sobra para Sasso que só teve de a empurrar.

Um golo que pouco afetou o Estoril que, sem perder tempo, ainda conseguiu aumentar as rotações junto da baliza da Eduardo, pressionando o adversário até conseguir o empate que chegou, cinco minutos depois, também na sequência de uma jogada confusa. O lance começa num remate de Evandro que sofreu um desvio em Santos, traiu Eduardo, mas a bola foi ao poste e ficou à mercê de Carlitos que só teve de confirmar o que os adeptos já estavam a festejar. Um golo que confirmava a ascensão dos canarinhos que continuaram a carregar diante de uns minhotos cada vez mais em dificuldades para acompanhar a velocidade que a equipa de Marco Silva, com Evandro e Tiago Gomes em plano de destaque, imprimiam ao jogo.

Cusiosamente foi uma contrariedade, uma lesão de Rúben Micael, que permitiu a Jesualdo Ferreira reequilibrar o jogo, fazendo entrar Edinho para a frente de ataque, desviando Pardo para a esquerda e Rafa para as costas do ponta de lança. Custódio e Mauro passaram a jogar mais juntos ao centro e conseguiram estancar uma das brechas por onde os canarinhos estavam a entrar. Apesar do maior equilíbrio, foi o Estoril que chegou ao intervalo por cima do jogo, sempre em grande velocidade, com boas mudanças de flanco a permitirem rápidas subidas pelos flancos.

Os quinze minutos de intervalo não tiraram fôlego aos homens de Marco Silva que voltaram ao jogo ainda mais determinados em passar para a frente do marcador. O problema desta equipa de Marco Silva, como já se tinha visto noutros jogos, sobretudo na Amoreira, é que a equipa é rápida na frente, mas não é tão rápida nas transições defensivas. Num alívio do Braga, Rafa saiu disparado, percorreu meio campo, contornou Tiago Gomes e bateu Vagner com um remate cruzado. Um golo contra a corrente que, mais uma vez, pouca mossa fez ao Estoril que manteve a mesma intensidade na frente diante de um Braga cada vez mais duro (cinco amarelos) na defesa da vantagem.

Penálti por marcar nos descontos

O jogo passou a ter praticamente o sentido da baliza de Eduardo, com Marco Silva a refrescar o ataque com João Pedro Galvão e Javier Balboa, enquanto o Sp. Braga procurava apenas manter a posse de bola e atrasar ao máximo a próxima investida dos canarinhos. Ainda se gritou golo na Amoreira num remate de João Pedro Galvão, com Eduardo desenquadrado, mas surgiu Sasso, sobre a linha, a manter tudo na mesma. Voltou a gritar-se golo, nos descontos, num lance antecedido de falta e o Estoril ainda se pode queixar de um mão de Santos que ficou por assinalar. Era penálti.

Mas a verdade é que o Braga, com duas linhas à frente da baliza de Eduardo, voltou a levar a melhor sobre o Estoril como já tinha feito, em setembro, no Estádio Axa, para a Liga (3-2). Agora, com Belenenses e Beira-Mar pela frente, os minhotos voltam a ter, tal como há um ano, as meias-finais desta prova à vista.