A FIGURA: Edwards

Noite endiabrada do avançado inglês, que fez a cabeça em água sobretudo à defesa arsenalista. Arrancou um penálti a cada um dos centrais da equipa minhota (Tormena e Paulo Oliveira). No primeiro, pressionou Tormena e aproveitou o deslize do adversário para arrancar na direção da baliza de Matheus; no segundo, dançou sobre os jogadores adversário e sofreu falta de Paulo Oliveira. Se no primeiro foi Pote a avançar para a marca dos 11 metros, no segundo foi o próprio Edwards a encarregar-se de cobrar o castigo máximo que converteu no 4-0. Tal como Trincão, esteve soberbo no um para um. Foi aplaudido de pé quando saiu já nos minutos finais.

 

O MOMENTO: o 2-0 do Sporting. MINUTO 8

Podíamos escolher o golo inaugural, mas o segundo, 3 minutos depois do primeiro, não só impediu o Sp. Braga de se reorganizar após uma entrada em falso como fez desabar toda uma equipa.

 

NEGATIVO: o Sp. Braga

Aos 20 minutos, a equipa minhota já perdia por 3-0. Ao intervalo por cinco (!). O Sporting teve uma primeira parte arrasadora, mas a abordagem da equipa de Artur Jorge deixou muito a desejar. Erros primários, desequilíbrios posicionais incompreensíveis para aquele que é já, com todo o mérito, um dos grandes clubes do futebol português. Um manancial de disparates.

 

OUTROS DESTAQUES

Trincão: o número 17 dos leões esteve imparável no ataque dos leões. Assinou o 4-0 (que não festejou) na sequência de uma transição rápida e antes assistiu de forma intratável Paulinho para o 2-0. Aos 28 minutos escrevemos que o jovem formado no Sp. Braga estava a abrir o livro no reencontro com a antiga equipa, tal era a forma como superava quase sempre os adversários no um para um. Provavelmente, o melhor jogo de Francisco Trincão com a camisola do Sporting. Qualidade, já se sabia, nunca lhe faltou. Mas a confiança, está visto, tem-na agora.

Paulinho: o 1-0, de Gonçalo Inácio, é consequência de uma defesa incompleta a um remate dele, que minutos depois assinou o 2-0 com uma finalização de classe que lhe permitiu marcar pela primeira vez à antiga equipa. Homem de trabalho, não se limitou à atuação entre os centrais arsenalistas, aparecendo várias vezes a descair ou a recuar para combinações que desequilibraram ainda mais os visitantes. Aos 31 minutos arrancou pela direita numa jogada que quase terminou em golo e pouco depois viu o bis negado por Tormena com um corte na pequena-área. Leva seis golos marcados nos últimos quatro jogos. Está numa grande fase, claro está!

Porro e Nuno Santos: foi também muito por eles que o Sporting foi arrasador nesta segunda-feira. O lateral espanhol bateu o canto que esteve na génese do 1-0 e o segundo nasce de um grande passe em profundidade dele para Trincão. Já Nuno Santos assistiu de forma primorosa Trincão para o 4-0. Não lhes faltou agressividade ofensiva, mas também não descuraram os equilíbrios defensivos.

Pote: regressou às origens, atuando à frente de Ugarte no meio-campo dos leões. Fez o 3-0 de penálti aos 20 minutos e pouco depois da meia-hora quase bisou. Quem acha que Pedro Gonçalves não tem a abnegação necessária para fazer funcionar um meio-campo a dois, devia vê-lo a pressionar naquela zona do terreno e por vezes até no auxílio à defesa.

André Horta: entrou à meia-hora de jogo e pertenceram a ele os poucos bons momentos dos arsenalistas. Teve dois remates perigosos na segunda parte.

Hernâni Infande: é um jogador com pouca bagagem no futebol profissional e, naturalmente, tem ainda muitas arestas por limar. Ainda assim, protagonizou alguns bons momentos estéticos, mostrando ser bastante evoluído tecnicamente. Mais um bom talento da forja do Sp. Braga, que tem uma das melhores formações nacionais.