Katsouranis
O melhor organizador do jogo do Benfica nos 45 minutos em que jogou. O primeiro golo dos encarnados acontece com a sua insistência numa bola que já parecia perdida a aproveitar o erro do adversário em tentar jogar em zona de concretização.
Mas não foi apenas por isso. O grego deu bem mais à equipa, como aconteceu na tabela que possibilitou a Simão libertar-se para assistir Nuno Gomes para o segundo golo. Katsouranis foi sobretudo isto: boa distribuição de jogo tanto com passes curto como no passe longo a fazer funcionar o ataque a partir do meio-campo ofensivo.
Com a eliminatória assegurada teve o prémio de ver o segundo tempo a descansar o músculos para próximos embates; um claro paralelo com o estatuto cada vez maior que o grego tem de «intocável no onze de Fernando Santos».
Simão
O capitão do Benfica não esteve mal no primeiro tempo, mas subiu bastante de rendimento na segunda parte e, com Léo também em muito bom plano, arrasou o lado direito da defesa do Ol. Bairro.
Foi por aí que começaram os dois golos dos encarnados no tempo complementar e mais podiam ter surgido antes e depois, com o treinador visitante obrigado a substituir Paulo Costa que já não tinha forças para fazer o que fosse.
Léo esteve bem a apoiar os estragos que Simão fez pela esquerda quando Rui Costa entrou para tomar conta do miolo; assim como Nélson esteve em grande plano no lado direito do seu ataque, sobretudo na primeira parte, pois foi deixando de ter apoio para subir pelo seu lado no segundo tempo.
Nuno Gomes e Kikin
Ainda não foi desta que esta dupla fez uma exibição de encher o olho, mas a nota não deixa de ser confortavelmente positiva. E, como já tinha acontecido frente ao Belenenses, os dois avançados compuseram na área uma jogada de golo iniciada com um cruzamento do flanco; novamente com Nuno Gomes a assistir Kikin e novamente tudo de cabeça.
Ambos os jogadores tiveram mais ocasiões para marcar do que aquelas que conseguiram. Mas, mesmo frente a um adversário dois escalões abaixo, marcar dois golos cada para ganhar confiança dar a tranquilidade (e o descanso) à equipa assegurando a passagem à eliminatória seguinte e oferecendo uma goleada aos seus adeptos numa tarde de futebol à antiga não deixa de ser digno de registo.
Leandro e Carlos Miguel
Acabaram por ser os jogadores que mais se destacaram na equipa de Oliveira do Bairro. Leandro deu trabalho no seu flanco esquerdo e pôs em sentido o Benfica quando quase marcou na reacção ao primeiro golo dos encarnados; Carlos Miguel aplicou a sua experiência para dar a calma à sua equipa quando queria ir para o ataque (o que procurou fazer até ao fim) com a distribuição do jogo, regra geral, através da melhor opção.
A defesa visitante pareceu começar bem e cheia de garra, mas assim como Paulinho cortou em antecipação e em grande estilo um lançamento para Nuno Gomes, o mesmo defesa central começou a falhar no lance que deu o primeiro golo do Benfica.
Não é o bode expiatório, é apenas o exemplo de como o sector mais recuado do Ol. Bairro, praticamente durante o jogo todo, nunca conseguiu deixar de ser ultrapassado pelos encarnados e até de formas inesperadas: como o terceiro golo do Benfica mostrou.