Um sono profundo iniciado a 5 de Outubro e interrompido este domingo, poderia dar para esfregar os olhos para afastar o espanto. Passaram doze dias desde que o V. Guimarães recebeu o F.C. Porto para a Liga e pela frente surge outra equipa de azul e branco. Será possível? Os primeiros minutos tiram eventuais dúvidas. As semelhanças resumem-se ao traje. A tocar aquele intenso jogo da última jornada do campeonato apenas a atitude do V. Guimarães que nunca deu hipóteses ao adversário. Por isso, conseguiu o expressivo marcador de 4-0.

E podiam ser mais. Manuel Machado tinha prometido um Vitória compenetrado na tarefa de vencer este Malveira. A equipa cumpriu. Muitas vezes, em jogos com estas características, há a tendência para o facilitismo, mas os primeiros minutos dos minhotos foram reveladores: respeito qb e a certeza de que quando se é melhor é preciso mostrá-lo.

Foi, por isso, com naturalidade que Toscano abriu o activo, logo aos 11 minutos. Um pontapé indefensável à entrada da área do Malveira que Marcelo apenas viu passar. Aos 26, chegou o segundo e a certeza que o encontro estava decidido. Falha infantil da defensiva do Malveira que deixou João Ribeiro sozinho no coração da área, num pontapé de canto. O extremo recebeu de Edgar, encheu o pé e fez o resultado ao intervalo.

Três tristes tiros...no ferro

A forma decidida como os minhotos encaram a presa não deu hipóteses a este tenro conjunto, último classificado da Série E da III Divisão e que, ainda no ano passado, andava nos distritais de Lisboa. Até ao intervalo, os vimaranenses nem caíram na tentação de desacelerar. O resultado só não ficou mais volumoso antes do descanso porque a pontaria vitoriana esteve afinada demais. Bruno Teles abriu as hostilidades, com um pontapé livre ao poste. Pouco depois, novamente o lateral, agora de cabeça, a levar a bola a beijar a barra. A fechar o ciclo, Edson Sitta, também de cabeça, voltou a ver o ferro negar-lhe o golo.

O Malveira apareceu mais atrevido no início da segunda parte, mas a missão, se já era complicada, tornou-se dantesca. O golo de Edgar, num lance repleto de facilidades defensivas oferecidas pelo Atlético, veio cessar com o atrevimento visitante. Maranhão, em cima do apito final, deu ao resultado contornos de goleada. Imperava a lei do mais forte e sabia-se que o Golias não estava disposto a dar qualquer veleidade ao pobre David. São precisos jogos, como este, que façam a regra, para que depois se possa falar em excepções.

FICHA DE JOGO:

Estádio D. Afonso Henriques, em Guimarães

Árbitro: Hugo Pacheco, assistido por Pedro Ribeiro e Vítor Carvalho

V. GUIMARÃES: Serginho; Pereirinha, Freire, João Paulo e Bruno Teles; Flávio Meireles, João Alves (Maranhão, 46m), Edson e Toscano (Targino, 69m); João Ribeiro e Edgar (William, 66m).

Treinador: Manuel Machado

ATL. MALVEIRA: Marcelo; Barbosa (Marco, 39m), Ruben, Chapa e José Carlos; Canas; Fred, Paulo Renato (Zé Ricardo, 46m) e Alex (Fininho, 76m); Camilo e Ló.

Treinador: João Roberto

Disciplina: Amarelo para Barbosa (29m), Maranhão (50m)

Golos: Toscano (11m), João Ribeiro (26m), Edgar (64m), Maranhão (87m)

Ao intervalo: 2-0