De regresso ao convívio com os grandes do futebol português, o Vizela inscreveu mais uma página de ouro no seu percurso. Conseguiu a primeira vitória da época no seu renovado estádio, marcando lugar nos quartos-de-final da Taça de Portugal ao eliminar o detentor do troféu, o Sp. Braga (1-0).

Numa semana negra, após ter caído com estrondo da Taça da Liga, o Sp. Braga diz também adeus à prova rainha do futebol português, ao perder por uma bola a zero no recinto vizelense. Os guerreiros acabaram o jogo reduzidos a nove, tendo jogado mais de uma hora reduzidos a dez elementos. Em ambos os casos o VAR foi essencial para a duas expulsões.

O golo de Nuno Moreira ao minuto nove do encontro, uma verdadeira bomba, teve precisamente esse efeito num Sp. Braga pouco confiante. Abalou a equipa de Carlos Carvalhal, recuperou velhos fantasmas aos arsenalistas e galvanizou os pupilos de Álvaro Pacheco.

Bomba e expulsão

A teoria do jogo tinha diretrizes que ditavam um Sp. Braga superior a dominar o jogo e um Vizela a espreitar as suas oportunidades para ser feliz, possivelmente em contragolpe. Rapidamente a teoria caiu por terra com a prática da bola a rolar à flor da relva. Dois momentos capitais fizeram a diferença.

Logo ao nono minuto do encontro Nuno Moreira, uma das seis novidades de Álvaro Pacheco no onze do Vizela, fez por justificar o bilhete de cada um dos 1487 adeptos que marcaram presença no Estádio do Vizela. Encheu-se de fé o extremo, de longe da baliza disferiu um forte remate e bateu Matheus. No ângulo superior direito da baliza, um grande pontapé na lógica do jogo.

Quando estava decorrida sensivelmente meia hora do jogo outro momento interferiu de forma determinante no encontro. Num lance junto ao banco de suplentes do Vizela Abel Ruiz levou longe de mais a sua vontade e teve uma entrada duríssima sobre Nuno Moreira. Após ver as imagens Nuno Almeida transformou o amarelo em vermelho, ficando o Sp. Braga em inferioridade numérica no que restou do encontro.

Vizela resiste

Até aí sim, entre o golo sofrido e a expulsão, o Sp. Braga encostou o Vizela às cordas, teve mais bola e rondou a área adversária, mas apenas num lance de bola parada conseguiu incomodar. Diogo Leite desviou à queima-roupa, de cabeça, o estreante Pedro Silva evitou o golo com uma defesa aparatosa.

Mudou três peças do seu conjunto Carlos Carvalhal ao intervalo, lançando no jogo Bruno Rodrigues, Al Musrati e Mario González. Mais à frente no jogo entrou o miúdo Roger, desinibido, como é seu timbre, a testar o guarda-redes contrário com dois remates dignos de registo.

Respondia o Vizela num jogo equilibrado de parada e resposta em que tanto podia surgir o empate como o segundo dos vizelenses. A evolução do cronómetro encostou o Vizela à sua baliza; abusou no chuveirinho o Sp. Braga, mas a equipa de Álvaro Pacheco aguentou como pôde. Segurou mais uma página histórica. Quando as bolas do sorteio dos quartos-de-final da Taça rolarem o nome do Vizela estará lá. Em duelo romano, o triunfo sorriu aos da casa. 

FICHA DE JOGO
Estádio do FC Vizela (1487 espectadores)
Árbitro: Nuno Almeida
VAR: Vasco Santos

VIZELA: Pedro Silva; Igor Julião (Koffi, 53’), Bruno Wilson, Aidara, Kiki Afonso; Marcos Paulo, Samu e Alex Méndez (Cann 78’); Nuno Moreira (Zag, 79’), Cassiano (Zohi, 86’) e Kiko Bondoso.

SP. BRAGA: Matheus; Tormena, Raul Silva (Bruno Rodrigues, 45’) e Diogo Leite (Roger, 67’); Yan Couto, Lucas Mineiro (Al Musrati, 45’), André Horta e Moura; Piazón (Mario González), Abel Ruiz e Ricardo Horta.

Ao intervalo: 1-0
Marcadores: Nuno Moreira (9’)

Disciplina: Cartões amarelos para Francisco Moura (45+3’), Igor Julião (51’), Bruno Rodrigues (79’) e Ricardo Horta (89’). Cartões vermelhos para Abel Ruiz (29’) e André Horta (89’).

Resultado final: 1-0