Improvável: o Vitória passou no Bessa, em mais um clássico nortenho quentinho, com um golo marcado por um atleta que nunca marcara no escalão sénior. O lateral Dodô.

Improvável: o Vitória jogou quase uma hora (55 minutos) reduzido a dez unidades e viveu os seus melhores momentos no conforto de ver o Boavista obrigado a arriscar.

Improvável: Mattheus Oliveira foi expulso pela primeira vez ao jogo 90 em Portugal. Por protestos. Uma raridade no nosso país, a merecer reflexão e talvez jurisprudência.

Conclusão: a equipa de Luís Castro avançou para o 11º jogo oficial sem derrotas e está nos quartos-de-final da Taça de Portugal. À atenção do Sporting, que na próxima ronda da Liga visita a Cidade-Berço.

FICHA DE JOGO E O FILME DA PARTIDA: 0-1

O Boavista até vinha de uma moralizadora vitória sobre o Tondela, mas voltou a evidenciar problemas agudos na hora de finalizar. E na hora de preparar essa finalização, já agora.

Jorge Simão estará nesta altura a tentar perceber como Fábio Espinho, um dos mais evoluídos tecnicamente em campo, falhou por duas vezes na cara de Miguel Silva, ambas de forma escandalosa.

Essas foram as melhores oportunidades de golo do Boavista, mas também Mateus e Edu Machado ameaçaram a baliza minhota, tudo nos últimos 25 minutos. Aí sim, o Boavista carregou, carregou, carregou e justificou, no mínimo, o prolongamento.

Mérito, muito mérito, para o habitual suplente de Douglas na baliza vitoriana: Miguel Silva.

Ao jogo 90, Mattheus foi expulso em Portugal. Por protestos.

O Vitória foi até aos 60/65 minutos a equipa mais equilibrada e serena em campo. Reagiu de forma superior à expulsão de Mattheus (Tozé passou da ala para o meio-campo) e mostrou um plano de jogo devidamente documentado.

Mais tarde, sim, foi feliz.

No Boavista, David Simão merece todos os elogios. Encheu o campo com a sua inteligência e qualidade de passe. Serviu uma mão cheia de vezes os colegas para o remate, recuperou bolas, entregou sempre bem a bola. Um executante de primeiro nível.

Aos axadrezados faltou a tal qualidade e frieza que se exigia na frente e, desta vez, mais Rochinha. O avançado/extremo tem sido sempre um dos melhores na equipa de Simão, mas não rendeu nem à esquerda nem à direita. Matheus Índio, muito menos rodado, esteve num plano superior.

No Vitória, o guarda-redes Miguel Silva foi o melhor em campo. Sempre muito seguro, sóbrio, nada a ver com as exibições tantas vezes tremelicantes num passado não muito distante.

Resultado cruel para o Boavista, sim senhor, pelo menos pela capacidade que demonstrou na última meia-hora de carregar e empurrar o Vitória.

O passado histórico coloca-os Boavista e Vitória praticamente lado a lado, mas nesta altura os minhotos possuem um plantel superior e uma qualidade que não existe no Bessa.

Clássico quente, com uma expulsão e decidido por Dodô, o lateral que pouco tem jogado e que nunca tinha feito um golo como sénior. Improvável, sim.