O Desportivo das Aves está nos quartos de final da Taça de Portugal, mas não se livrou de um susto na recepção ao Ribeira Brava. A equipa da Liga de Honra dominou por completo o desafio, mas viu-se remetida ao prolongamento num lance fortuito do Ribeira Brava, muito perto do minuto noventa.

Depois de eliminar da prova o V. Guimarães, na última eliminatória, o clube nortenho chamava a si o favoritismo deste encontro, até porque jogava no seu reduto, e diante de uma equipa de escalão inferior.

Cedo o clube da Vila das Aves assumiu esse papel e controlou por completo as operações. Sem acutilância, o Desportivo ia dominando os espaços, tendo quase por exclusivo a posse de bola. Apenas ao quarto de hora a bola rondou pela primeira vez uma das balizas, num livre directo.

No primeiro tempo a equipa insular não foi capaz de criar qualquer lance de perigo junto da equipa avense. O Ribeira Brava era uma equipa organizada tacticamente, mas com visíveis limitações técnicas. Sem deslumbrar, a equipa da casa chegou ao golo aos 20 minutos, na ressaca de uma bola parada, com o defesa central e capitão Tiago Valente a marcar de cabeça.

Golos feliz, a punir a displicência local

A equipa que viajou desde a Madeira reagiu ainda antes do intervalo, com o treinador Carlos Graça a lançar Sérgio no encontro para o lugar de Delfino, mas sem grandes efeitos práticos. Apenas o adormecer dos locais permitiu ao Ribeira Brava dar sinais de vida. Aos 55 minutos Marques apareceu completamente isolado na cara de Rui Faria, mas permitiu ao guarda-redes a defesa.

Já quando poucos acreditariam numa reacção insular, o Ribeira Brava chegou ao empate num belo golo de João Pedro, ainda que fortuito. O número dez dos forasteiros rematou forte, de fora da área, e bateu Rui Faria que viu a bola passar-lhe por cima. Sem que nada o fizesse prever, a equipa da Madeira obrigou a mais meia hora de jogo. Penalização clara para a displicência da equipa da casa que baixou por completo as armas.

O Ribeira Brava entrou bem no prolongamento e logo nos minutos iniciais ficou muito próximo de dar a volta ao marcador. Anderson apareceu na cara de Rui Faria e driblou o guarda-redes avense, rematando depois ao lado, com a baliza escancarada.

Não aproveitaram o insulares, aproveitou o Desportivo das Aves para marcar através de Pires, em recarga a um remate de Pedro Cervantes. Bruno Freitas defendeu para a frente, mas apenas na segunda recarga Pires conseguiu fazer a bola chegar ao fundo das redes.

O Desportivo das Aves carimbou o acesso aos quartos de final da Taça de Portugal numa tarde fria de futebol raramente bem jogado. Os avenses fizeram-se valer do seu maior estatuto e do factor casa para vencer o apático Ribeira Brava, sem no entanto se livrarem de um susto que levou ao prolongamento.

Para a próxima eliminatória o clube da Vila das Aves já sabe que joga fora, e aguarda pelo desfecho do jogo entre o Leixões e a Académica.

O árbitro do encontro, Jorge Ferreira, não se deparou com problemas de maior usando sempre de um critério largo.

FICHA DE JOGO:

Árbitro: Jorge Ferreira

Desportivo das Aves: Rui Faria; Geraldes, Tiago Valente, João Pedro e Nelson Pedroso; Tito, Pedro Cervantes e Bischoff (Ricardo Martins 62m); Pedro Pereira (Vasco Matos 77m), Pires e Renato (Quinaz 45m).

Treinador: Paulo Fonseca

Ribeira Brava: Bruno Freitas, Dário, Tiago Alves, Maurício, João Pedro, Marquinho (Canas 75m), Celsinho, Delfino (Sérgio 40m), Hélder, Marques (Anderson 75m) e Tiago Faria.

Treinador: Carlos Graça

Golos: Tiago Valente (19m); João Pedro (84m) e Pires (102m);

Disciplina: Amarelo para Tiago Valente (37); Sérgio (61m); João Pedro (86m). Hélder (92m), Pedro Cervantes (105m) e Dário (112m).