Foi uma despedida fria para um ano que foi bem quente na Luz. No bom sentido, claro, ou não tivessem as «águias» conquistado quatro títulos em 2014. Mas no adeus a um ano de conquistas a equipa de Jorge Jesus voltou a deixar a nota artística de lado, embora somando mais um triunfo, graças a um golo madrugador de Jonas.
 
No fundo essa foi a realidade da segunda metade do ano, mas a este Benfica pede-se mais em 2015, mesmo sem Enzo, de forma a ser bem-sucedido nas duas frentes em que ainda se apresenta.
 
E a verdade é que com a Taça da Liga transformada em segundo objetivo do Benfica, depois da Liga, Jorge Jesus apresentou um «onze» com praticamente todos os habituais titulares disponíveis, à exceção de Gaitán e Samaris, guardados para a segunda parte. E mesmo o Nacional, que ainda tem a Taça de Portugal no calendário, repetiu as opções do jogo com o Sporting, para o campeonato.
 
Consumada a partida de Enzo para o Valencia, Talisca voltou a assumir o papel de «8» no Benfica, mas realizou uma exibição fraca, sem conseguir escapar ao longo bocejo em que se transformou este último jogo do ano em Portugal, com apenas 15 mil adeptos na Luz, de acordo com os dados oficiais.
 
Ainda que o Benfica se tenha adiantado no marcador logo aos onze minutos, no primeiro remate, revelando a eficácia que lhe tantas vezes lhe tem valido nos últimos tempos. Jonas inaugurou o marcador, correspondendo de cabeça a um cruzamento de Maxi.
 
Estes foram, de resto, os principais animadores do primeiro tempo, com o uruguaio a atirar à trave mesmo à beira do descanso. Foi o último dos quatro remates à baliza do primeiro tempo. Três para o Benfica (sem contar com um de Lima que foi intercetado por Zainadine) e um do Nacional, que apenas criou perigo (subjetivo) com um cabeceamento ao lado de Rondón.
 
Nico trouxe um pouco mais de animação
 
Cumprido o regulamento no que diz respeito aos jogadores formados localmente (têm de jogar dois, e pelo menos 45 minutos), Jesus decidiu trocar Pizzi por Gaitán para o arranque da etapa complementar.
 
O argentino animou o encontro, e o Benfica até chegou ao golo ao minuto 57, por Ola John, mas o lance foi anulado por um fora de jogo muito bem tirado a Lima, autor do último passe.
 
Com o jogo mais aberto, mais partido, o Nacional dispôs de mais espaço para atacar, mas revelou sempre enormes dificuldades para incomodar Júlio César. Só ao minuto 62 é que o guarda-redes brasileiro teve de sujar o equipamento, após mau atraso de André Almeida, mas as luvas até ficaram intactas, pois foi de carrinho que evitou o remate de Suk.
 
Já com Samaris no lugar de Talisca (ou de Enzo), o Benfica respondeu com uma combinação entre Gaitán e Jonas, mas desta vez o cabeceamento saiu por cima (68m).
 
No ataque do Nacional parecia faltar sempre qualquer coisa, como no lance em que Marco Matias fica a centímetros do golo, mas já com o jogo interrompido por pretensa falta sobre Júlio César (70m). Refira-se, ainda assim, que três minutos depois valeu uma boa intervenção do guarda-redes do Benfica, com o pé esquerdo, a evitar o empate.
 
Do lado contrário era sempre Jonas a procurar a baliza nacionalista, mas com Gottardi protegido pela pontaria desafinada do brasileiro.
 
Regressado à competição mais de sete meses depois da final da Liga Europa, Miralem Sulejmani entrou para arrancar o segundo cartão amarelo a Gomaa (86m), o elemento mais inconformado da equipa visitante, que em inferioridade numérica viu consumada a derrota.