O Benfica venceu o P. Ferreira em casa por 2-0 e subiu à liderança do grupo A da Taça da Liga, num jogo pouco interessante que serviu, sobretudo, para a equipa de Rui Vitória ganhar confiança.

Seferovic e João Félix marcaram os golos ainda na primeira parte e a imagem que fica do líder da II Liga é demasiado pálida, ainda que justificável pelas muitas mudanças feitas por Vítor Oliveira na equipa.

O técnico dos pacenses tinha dito na antevisão à partida que não acreditava que a sua equipa fosse envergonhada na Luz, e é verdade que não foi. Mas também não entusiasmou. Como o jogo, aliás.

Castores inofensivos e jogo mastigado

O caudal ofensivo do Benfica até foi pouco mais do que regular na primeira parte. A barragem construída pelos castores é que foi demasiado frágil e poucas ou nenhumas dificuldades criou à progressão encarnada.

E se a revolução que Vítor Oliveira promoveu na equipa titular onde não surgiu nenhum dos jogadores que foi titular na última partida do campeonato até pode ajudar os zero remates que os pacenses fizeram nos primeiros 45 minutos, torna-se mais difícil perceber as dificuldades de progressão demonstradas.

Em momento algum da primeira parte, o líder da II Liga conseguiu incomodar a defesa do Benfica. A jogar demasiado à vontade, no processo ofensivo, o Benfica demorou apenas 11 minutos a chegar ao golo.

Numa combinação entre Zivkovic e Alfa Semedo, o médio guineense entrou na área e cruzou com eficácia para Seferovic empurrar para o golo, num lance em que parece partir ligeiramente adiantado em relação à defesa pacense.

Em vantagem, o Benfica não forçou muito, limitando-se a controlar com bola. E do outro lado teve, lá está, uma equipa que não dificultou muito essa gestão. Raramente a equipa de Vítor Oliveira conseguiu sair para o ataque com critério e isso facilitou muito as tarefas defensivas dos encarnados.

Foi, por isso, sem grande surpresa que o Benfica marcou o segundo golo, mesmo antes do intervalo. Zivkovic – que já tinha estado no primeiro golo – entrou na área pela esquerda, tentou colocar a bola em Seferovic, que se deixou antecipar por Marcos Valente. A bola sobrou para João Félix rematar de primeira, não dando hipótese de reação ao guarda-redes pacense.

Mais Paços, mas não o suficiente

Ao intervalo Vítor Oliveira não deve ter escondido a insatisfação com os seus jogadores. Se era esta a oportunidade que os menos utilizados esperavam, a imagem deixada era demasiado pálida.

E isso refletiu-se também nas duas substituições feitas ao intervalo pelo técnico dos castores, que tirou Andrezinho e Vasco Rocha para lançar Uilton e Pedrinho.

E a verdade é que, sobretudo o segundo, foi uma pedrada no charco que estava a ser o futebol pacense. Com o camisola 12 em campo, o jogo do P. Ferreira ganhou forma e Svilar teve oportunidade para se mostrar também em jogo.

Não muito, é certo, mas sempre deu para aquecer as mãos, na noite fria de Lisboa.

Da segunda parte, além de o conjunto visitante ter aparecido para jogar à bola, o realce vai apenas para um potente remate de Seferovic ao poste, logo a abrir a etapa complementar, no que seria um verdadeiro golaço do suíço.

Isso, e a confirmação dos três pontos que lançam o Benfica para o topo do grupo A, antes de ir decidir o apuramento para a final-four à Vila das Aves. O Paços, esse, fica pelo caminho. Ou melhor, fica para o caminho que deseja que termine na Liga.