A figura: Sérgio Oliveira

Jogo delicioso do médio português que chegou ao Dragão depois de um Campeonato da Europa sub-21 a grande nível. Última opção para o setor intermediário no legado de Julen Lopetegui, Sérgio ficou no clube face à saída de Imbula e assinou esta noite a melhor exibição com a camisola do FC Porto. Naturalmente, num cenário de menor exigência. Passes de enorme qualidade, com uma cadência interessante, permitindo matar saudades do promissor Sérgio Oliveira. A noite foi dele.

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O momento: Chidozie para o álbum de memórias

Canto de Sérgio Oliveira – quem mais? – e o primeiro golo com a camisola principal do FC Porto para Chidozie. Em pouco mais de um ano chegou à Europa e foi dos juniores à equipa A para conquistar espaço no centro da defesa. Frente ao Gil Vicente, acrescentou mais uma página ao seu álbum de memórias, que já tem muito para contar, aos 19 anos. Restariam escassas dúvidas mas Chidozie decidiu o encontro em 11 minutos.

Outros destaques:

Rúben Neves

Complemento perfeito para Sérgio Oliveira, dupla de portugueses com regra e esquadro a lançar as unidades ofensivas. O grande problema de Rúben Neves na época 2015/16 é Danilo Pereira, que se tem assumido com um dos jogadores com melhor rendimento no plantel azul e branco. Sem a dimensão física do seu concorrente na posição mais recuada do meio-campo, Rúben apresenta outras qualidades que saltam à vista. Acima de tudo, a forma refinada como trata a bola. E o futebol, naturalmente.

Victor Garcia e José Ángel

Sentiram algumas dificuldades no processo defensivo ao longo da etapa complementar mas sobrou tempo e espaço, sobretudo na primeira metade, para galgar terreno e marcar pontos junto da área contrária. Victor Garcia já demonstrou que é uma alternativa válida, impressionando pela capacidade de aceleração, enquanto José Ángel vai optando por desempenhos seguros, incursões regulares pelo flanco, cruzamentos com assinalável taxa de sucesso. Já nos instantes finais, demonstrou isso mesmo com uma assistência primorosa para Aboubakar, que cabeceou à trave.

Moussa Marega

O avançado contratado ao Marítimo não é um portento de técnica nem é tão mau como tem demonstrado nos primeiros jogos com a camisola do FC Porto. Marega vai duvidando de si mesmo e os adeptos já desesperam com a péssima tomada de decisões do jogador. Ainda assim, marcou dois golos – o primeiro foi anulado – e demonstrou que tem potencial físico para mais. Muito mais, por sinal. Falta o resto.

Alberto Bueno

O regresso à competição de um jogador que poderá encaixar no 4x2x3x1 delineado por José Peseiro para este FC Porto. Bueno não engana, tem qualidade para mais, embora lamente dois golos falhados de forma inacreditável neste primeiro jogo desde 20 de dezembro de 2015. Redimiu-se com vários pormenores interessantes, com destaque para o passe de primeira que deu início ao segundo golo azul e branco.

Platiny

Um dos melhores do Gil Vicente, a par de Vagner e Renan, o melhor na linha defensiva. A meio-campo, Platiny conseguiu vencer alguns duelos numa luta desigual e deixou boa impressão no relvado do Estádio do Dragão.Nandinho, de qualquer forma, poupou vários titulares a pensar na II Liga, face à desvantagem na eliminatória, e o Gil Vicente só ameaçou verdadeiramente por volta da hora de jogo. Merecia pelo menos um golo nos dois jogos com o FC Porto.