A uma primeira parte tranquila e de domínio absoluto com várias ocasiões de golo desperdiçadas, o Vitória de Setúbal passou depois por dificuldades para seguir em frente na Taça de Portugal. Alex, cinco minutos depois de sair do banco, selou o triunfo numa fase em que os sadinos não estavam a conseguir importunar a baliza adversária, acusando o golo do empate dos algarvios, após o reatamento, anulando a vantagem mínima que a equipa de Litos Vidigal levou para intervalo.

A primeira parte foi de sentido único e as hostilidades vitorianas começaram logo aos 2 minutos num remate Eber Bessa, rasteiro mas a bola foi à figura de Bruno Costa. Estava dado o mote e sucederam-se as oportunidades de golo, a primeira pouco depois, por Dankler, que no interior da área desviou um lançamento de linha lateral de Berto, mas a bola encontrou o corpo de um adversário e saiu pela linha de fundo.

Com Zequinha e Berto em bom plano, o Vitória de Setúbal entrava pela defesa adversária com relativa facilidade, mas pecava na finalização. Exemplo disso foi a fuga de Berto pela esquerda, ganhou posição, mas foi importunado por Maline e Bruno Costa resolveu aos pés do avançado sadino. Este lance antecedeu outro de muito perigo, agora por Zequinha, que aos 15, rematou em arco com a bola a embater na parte de cima da barra. Na jogada imediata, o mesmo Zequinha voutou a estar perto do golo, mun remate à entrada da área que passou por cima.

O Vitória não deixava a equipa do Campeonato de Portugal respirar e o golo seria uma questão de tempo. Havia pressa em resolver o jogo para evitar a surpresa. Esse tempo de espera foi breve e aos 20 o Vitória marcou: André Sousa cruzou para a cabeça de Valdu Té, que surgiu sem marcação nas costas dos centrais para finalizar sem problemas. Feito o primeiro, importava alargar a vantagem para a tarde ser mais tranquila.

Mas não foi isso que aconteceu. Embora a baliza sadina nunca tenha passado por calafrios, até ao intervalo a equipa de Lito Vidigal refreou e apenas duas conseguiu incomodar Bruno Costa, que teve muito mérito em manter a desvantagem mínima: aos 26 num remate de Zequinha defendeu para canto e aos 29 evitou que o isolado Dankler finalizasse, com uma defesa para a frente, com o ressalto a não ser aproveitado pelo defesa vitoriano.

Depois a história poderia complicar-se para o Vitória de Setúbal. No recomeço Milton evitou o golo num remate de Yaggo desviado para canto e na sequência o Armacenenses empatou, por Márcio Meira, de grande penalidade: João Capela viu um desvio com o braço de Eber Bessa dentro da área, após remate de Yaggo, e o capitão do Armacenenses aproveitou para igualar o marcador. O Armacenenses marcou na primeira vez que chegou com perigo à baliza sadina.

Animados pelo empate, os algarvios taparam melhor os caminhos para a sua baliza e defenderam uns metros mais acima, os suficientes para o Vitória de Setúbal não ser tão incisivo nas suas ações ofensivas, como o foram na etapa inicial. As dificuldades eram evidentes e a bola passava mais tempo entre as duas grande áreas.

Só que num remate cruzado de primeira, Alex voltou a dar vantagem ao Vitória, aliviando os adeptos do clube sadino que se deslocaram ao Algarve, que, contudo, não se livraram de um susto quando aos 76 minutos Tommy esteve quase a empatar, após jogada de Elvis, que Vasco Fernandes evitou com um corte decisivo para canto. Isto, numa fase em que a equipa sadina já fazia a gestão do tempo e da bola.

Se a eficácia fosse melhor no início, o Vitória de Setúbal não precisava de apanhar o pequeno susto depois, mas o triunfo foi plenamente merecido perante uma equipa com deficit atacante.

Taça de Portugal - 3ª eliminatória

Armacenenses 1  Vitória Setúbal 2  

(0-1 ao intervalo)

Estádio da Bela Vista, no Parchal (Lagoa)

Árbitro: João Capela (AF Lisboa)

Armacenenses: Bruno Costa, Pedro Rodrigues, Sunday, Malaine, Rogério Morais, Elvis, Yaggo (Bruno Torres, 54), Márcio Meira (cap.), Diogo Melo (Tommy, 70), Wellington (Bruno Carvalho, 79) e Camará. Suplentes não utilizados: Luís Pedrosa, Rui Samões, Marco Silva e Carlos Pereira. Treinador: Calú Divengle

Vitória Setúbal: Milton, Mano, Dankler, Vasco Fernandes (cap.), André Sousa, Nuno Valente, Mikel, Eber Bessa, Berto (Cadiz, 86), Valdu Té (Alex, 62) e Zequinha (Semedo, 70). Suplentes não utilizados: Joel, Artur Jorge, Costinha e Allef. Treinador: Lito Vidigal

Golos: 0-1, Valdu Té, 20 minutos; 1-1, Márcio Meira, 50 minutos (de grande penalidade); 1-2, Alex, 67 minutos.

Disciplina: cartão amarelo a Eber Bessa (49).