Tal como em 2001, com o Sporting de Lazslo Bölöni, os leões de José Peseiro regressaram de Halmstad com uma vantagem mínima (2-1) e uma porta fácil de abrir, em Alvalade, para a fase de grupos da Taça UEFA. Com uma equipa remodelada, com quatro novos elementos em relação ao jogo com o Benfica, com Silva ao lado de Deivid a constituir a principal surpresa, os leões acabaram por complicar uma missão que, em campo, pareceu sempre mais fácil.
Os leões deixaram-se iludir pelas facilidades concedidas nos primeiros instantes, em que Miguel Garcia, com um desvio de cabeça, acertou no poste, e João Alves, a passe de Tello, levou a bola à barra. Sem nunca imprimir grande velocidade à partida, a equipa de Alvalade deixou-se adormecer enquanto o Halmstads crescia, depois de acertar nas marcações, com pontapés longos que colocavam facilmente a bola na área de Nelson.
Apesar de contarem com mais tempo de posse de bola e terem o jogo aparentemente controlado, os leões foram sendo empurrados para longe da área de Conny Johansson e, na sequência de mais uma jogada rápida dos suecos, acabaram por sofrer o primeiro golo num lance que podia ter tido custos bem mais elevados. Num ápice surgiram três jogadores do Halmstads frente à baliza de Nelson, Preko foi o mais rápido, desviou a bola do guarda-redes português e foi derrubado por este, já sem bola que tinha corrido para os pés de Anklev que, por sua vez, atirou para as redes vazias. O árbitro, entretanto, já tinha apitado a assinalar o castigo máximo, esquecendo-se, perante os protestos dos suecos, que reclamavam a validação do golo, de castigar Nelson que passou incólume num lance que lhe podia ter custado um vermelho.
Só então o Sporting reagiu e, no lance seguinte, Wender chegou ao empate, aproveitando uma sobra de um forte pontapé de Tello, para, no coração da área, atirar a bola para as redes do Halmstads. O mal estava remediado, mas Peseiro não estava nada satisfeito com o que tinha visto até então. Os leões tinham apresentado um futebol demasiado previsível, sem velocidade e sem tirar proveito da evidente superioridade técnica. A atitude mudou depois do intervalo e os leões chegaram à vantagem no minuto inicial na sequência de um canto de João Alves. Silva desviou de cabeça junto ao primeiro poste e Deivid encostou o pé junto ao segundo.
A partir daqui o Sporting entrou em gestão, tirando o pé do acelerador e oferecendo mais espaço para o adversário abrir o jogo. O Halmstads esboçou uma ligeira reacção, chegou muitas vezes à área de Nelson, quase sempre com pontapés longos e ainda chegou a ameaçar o empate, com destaque para um rebuscado pontapé de Zvirgzdauskas, já em período de descontos, que levou a bola à trave.
O Sporting acaba por trazer para Lisboa uma vantagem que permite a Peseiro voltar a gerir a equipa para o jogo da segunda mão e confirmar, tal como há um ano, o acesso à fase de grupos da competição.