O FC Porto segue em frente para os quartos de final da Taça de Portugal e Aboubakar regressou aos golos. Foram as boas notícias para os adeptos do clube portista. Porém, a viagem até Santa Maria da Feira não ficará na história como um passeio para o clube da Liga.

O Feirense, equipa com bons argumentos para lutar pela subida, provocou sobressaltos na primeira parte e ameaçou o empate ao cair do pano, valendo nessa altura a eterna qualidade de Helton.

Bastou assim uma fogaça de Aboubakar para acompanhar esta Taça de sumo sem gás, já que os dragões procuraram gerir o esforço acumulado e os locais não conseguiram fugir à sua penosa realidade.

Julen Lopetegui fez sete mudanças no onze do FC Porto, em relação ao triunfo a dois tempos frente ao Nacional na Madeira (1-2) e deu oportunidade a alguns elementos com pouco andamento na época 2015/16.

A cabeça de Aboubakar rumo aos quartos

Sérgio Oliveira destacava-se entre os menos utilizados e Aboubakar era o rosto da continuidade. Curiosamente, esta dupla estaria ligada ao golo de agitou o encontro, logo ao 10º minuto.

Com Dani Osvaldo lesionado e André Silva como alternativa no banco de suplentes, Lopetegui jogou a cartada habitual para a frente de ataque e Aboubakar respondeu com um cabeçada que redundou no final do jejum.

Após canto cobrado por Sérgio Oliveira, o camaronês fugiu à marcação e bateu o georgiano Giorgi Makarizde. O avançado ficara em branco nos últimos cinco jogos, retomando um hábito que se perdera a 8 de novembro.

A curta viagem até Santa Maria da Feira estava desta forma livre de sobressaltos? Longe disso.

O Feirense, 2º classificado da II Liga, entrou melhor no jogo e deu uma excelente resposta ao longo da primeira metade. Enquanto teve gás.

A equipa orientada por Pepa (antigo avançado do Benfica e técnico em ascenção) apostou em pressão alta para provocar erros do adversário e num jogo com bola no pé que faria roer de inveja algumas formação da Liga, como Lopetegui dissera na véspera.

O aviso do treinador espanhol fazia sentido, embora fosse igualmente pertinente mencionar o número de jogos realizados pelo Feirense até ao momento.

Se o FC Porto chegou aos oitavos de final da Taça de Portugal na reta final de um ciclo intenso de jogos, os locais têm de disputar a incomparável II Liga, competição que obriga a uma criticável sobrecarga competitiva.

Este foi o 28º encontro disputado pelo Feirense na época 2015/16, contra 22 do lado portista.

Feirense guardou a esperança para os últimos minutos

Não admira portanto que a equipa da II Liga tinha baixado linhas após o intervalo. Até essa altura, tinha jogado cara a cara com o FC Porto, testando a atenção de Helton. Destaque para um livre cobrado pelo experiente Barge, obrigando o guarda-redes brasileiro a voar.

Os dragões respondiam ao atrevimento do Feirense com um ritmo de jogo menos intenso, em velocidade de cruzeiro, mas no primeiro tempo foi evidente a mediania em duas zonas.

Sérgio Oliveira e Evandro foram demasiado macios para enfrentar a pressão local, tal como os extremos Cristian Tello e Alberto Bueno.

O cenário mudou após o intervalo. O FC Porto melhorou e os homens da II Liga recuaram para voltar a aumentar o ritmo nos últimos vinte minutos.

Nesse período intermédio valeu Giorgi Makaridze, um curioso guarda-redes da Geórgia, a negar o 0-2 a Aboubakar e Bueno. Pouco antes, o espanhol atirara em arco ligeiramente ao lado. Tem muito futebol nos pés, é certo, embora se exija mais participação e velocidade em campo, como se viu na etapa complementar.

Julen Lopetegui foi refrescando os setores mais frágeis (Tello por Corona, Sérgio Oliveira por Rúben Neves, mais tarde Evandro por Brahimi) sem afastar por completo a sensação de perigo para o FC Porto.

Ao minuto 89, perante essa intermitência portista, o Feirense espreitou a felicidade numa iniciativa de Kukula. Porém, Helton brilhou e evitou o empate, com Platiny a fazer a recarga de improviso para fora. Um susto para a despedida.

E a oportunidade de André Silva ainda não chegou.