Oito jogos e cinco meses depois, o Sporting voltou a ganhar fora, com um golo de Matias ao cair do pano depois de uma exibição sofrível de um leão transfigurado com oito alterações na equipa. José Dominguez não trouxe o «autocarro» temido por Sá Pinto, mas colocou enormes dificuldades ao amigo que só sorriu em tempo de compensação (aos 101m!). Um triunfo à média-luz que mantém o Sporting na luta pelo quarto lugar e deixa o Leiria numa situação ainda mais complicada na fuga à despromoção, agora a cinco pontos do Beira-Mar.

Confira a FICHA DO JOGO e as notas dos jogadores

Sá Pinto, a olhar para o calendário, promoveu uma autêntica revolução atendendo ao desgaste acumulado que alguns jogadores já não conseguiam esconder e aos próximos desafios com o Metalist e com o Benfica. Rui Patrício manteve o lugar na baliza, tal como Xandão no eixo, enquanto Elias regressou à sua posição habitual. De resto, tudo diferente, com Carriço a recuar para o centro da defesa e Insúa a subir até ao ataque, à frente de Evaldo. Duas alterações na defesa, outras duas no meio-campo e um ataque totalmente novo, com Carrillo, Rubio e Insúa.

Mudaram as personagens, mas pouco mais. O Sporting foi igual a si próprio, com as dificuldades de sempre para encontrar espaços no último terço do terreno, apesar dos esforços de André Martins na zona central e de Insúa e Carrillo nos flancos. O Leiria não trouxe o «autocarro» temido por Sá Pinto, mas sim uma defesa bem organizada que não deu espaços para os leões pensarem o jogo. José Dominguez deixou Djaniny no banco para apostar num onze com mais músculo que cedia terreno ao adversário para depois explorar a velocidade de Bruno Moares.

O jogo começou com um lance de laboratório, com um passe atrasado para Elias, para o brasileiro lançar Xandão no ataque, mas não resultou e a primeira oportunidade até foi do Leiria, com Bruno Moraes a ganhar a Arias e a obrigar Patrício a defesa apertada. Uma combinação entre Carrillo e André Martins também deixou Insúa destacado, mas o argentino atirou ao lado. Duas oportunidades claras a abrir o jogo prometiam um jogo aberto, mas, à medida que os minutos foram correndo, as duas equipas encaixaram-se, com muita luta na zona central e poucas oportunidades junto das balizas.

O Leiria até cedia meio campo, mas depois juntava muita gente junto à área fechando todos os caminhos aos leões. Insúa voltou a ter uma oportunidade flagrante, na sequência de um cruzamento de Arias, mas voltou a falhar o alvo. O Leiria respondia em contra-ataque, com Bruno Moraes a travar um duelo particular com Patrício. Mas estes lances fechavam uma primeira parte que apelou a muitos bocejos.

Menos luz, o mesmo enredo

Nesta conjuntura, Sá Pinto percebeu que Renato Neto era uma peça solta e procurou dar mais soluções à equipa com entrada de Schaars, logo depois do intervalo, e de Matías, passado uns minutos. O Sporting subiu no terreno, mas continuava sem encontrar espaços para visar a baliza de Oblak. Dominguez também arriscava, abdicando de Keita para lançar Barkroth para o ataque. Mas era o Sporting que tinha a bola e que, agora, carregava com mais convicção. Rubio voltou a desperdiçar uma oportunidade soberana quando as luzes se apagaram parcialmente na Marinha Grande, numa altura em que o Sporting se preparava para marcar um livre.

O jogo esteve interrompido por oito minutos e foi reatado, à média luz, mas com o mesmo enredo. Proença deu catorze minutos de compensação e, quando parecia que ia repetir-se o resultado dos juniores entre os dois amigos, Matias, na marcação de um livre, marcou finalmente o golo que definiu o resultado final. Sá Pinto e Dominguez vão continuar, certamente, bons amigos.